Estudos

TIPOLOGIA
I – DEFINIÇÕES
A – A Tipologia é o estudo de figuras e símbolos bíblicos, especialmente de cerimônias e ordenanças do Velho Testamento que prefiguram a Dispensação da Graça e as coisas celestes.
B – Um tipo é uma semelhança divinamente ordenada pelas quais: pessoas; objetos; e eventos celestiais os são demonstrada pelos terrestres. Porém para uma coisa constitua tipo de outra, a primeira não só deve ter uma semelhança da segunda, mas, na sua instituição original, deve ter sido determinado que tivesse esta semelhança. Marsh.
C – Um antítipo é aquela coisa celestial ou a realidade prefigurada pelo tipo.
II – TIPOS
A – Três coisas envolvidas num tipo.
 Uma coisa ou objeto material que representa uma coisa de ordem elevada.
 Esta coisa de ordem elevada representada, a qual passa a chamar antítipo ou realidade.
 A obra de tipo se expressa no termo “representado ou prefigurado”.
B – Declarações bíblicas quanto à natureza dum tipo.
Sombra. Col. 2:16, 17.
Modelo, exemplar. Heb. 8:4, cinco.
Sinal. Mat. 12:39.
Parábola, alegoria. Heb. 9:9.
Tipo. Rom. 5:14.
Letra. II Cor. 3:6.
C – Provas bíblicas dum tipo.
 Por declaração explícita. Rom. 5:14
 Por trocar os nomes do tipo e antítipo. (Cf. Adão primeiro e segundo). I Cor. 15:45. Páscoa (Cordeiros – Cristo) Êxodo 12:3; I Cor. 5:7.
D – Qualidades de tipos.
Pessoais.
Antes da lei – Adão, Enoque, Melquizedeque. Rom 5:14, 19; Heb. 7:15.
Sob lei – Davi, Moisés (profeta, mediador). Apoc. 3:7; Heb. 3:6.
Coisas ou objetos materiais.
Coluna de nuvem e fogo.
Maná. Ê x. 16:15; I Cor. 10:3.
A rocha. Êx. 17:6; I Cor. 10:4.
A serpente de metal. Núm. 21:9: João 3:14; II Cor. 5:21.
Atos.
A libertação do Egito.
A marcha pelo deserto.
Tipos perpétuos.
Circuncisão – tipo da verdadeira circuncisão de coração. Col. 2:11.
Sacrifícios – tipos de Cristo o perfeito e eterno sacrifício. Heb. 9:26.
Purificações, abluções. Tipos de Cristo o perfeito e eterno.
Tipos da purificação. Heb. 10:22.
III – ANTÍTIPOS
Declarações bíblicas quanto à natureza dos antítipos.
 Corpo. Col. 2:17
 Mesma imagem. Heb. 10:1.
As celestiais. Heb. 9:3.
O verdadeiro. Heb. 9:24.
O Espírito. II Cor. 3:6.
IV – VALOR DOS TIPOS
Agostinho, disse:
O Novo Testamento acha-se no Velho.
O Velho pelo Novo é explicado.
Toda escritura tem valor. II Tim. 3:16.
Serve para ensinar. I Cor. 10:11.
A Igreja prefigurada. Gên. 2:24 (Eva); Ef. 2:2-32.
Fortalece convicção Na inspiração das Escrituras.
Fortalece convicção nas profecias.
Barreira contra heresias.
Faz parte em “todo o conselho de Deus”. Atos 20:27.
Faz parte naquela “boa parte que Maria escolheu”. Luc. 11:42.
Fortalece a santidade. I Cor. 10:6-13.
V – RAZÕES PARA ESTUDAR OS TIPOS
Deus lhes deu valor.
O Espírito Santo elaborou os Tipos. Cf. o Tabernáculo, o véu tipo de Cristo.
O Espírito Santo significando com isto que o caminho do Santo lugar não se tem manifestado, enquanto subsiste o primeiro tabernáculo. Heb. 9:8 Cf. 6:19, 20.
A Transfiguração de Cristo. O assunto foi o Calvário.
A crucificação. Suas pernas não foram quebradas, assim cumprindo o tipo da Páscoa. Ex. 12:5.
Jesus falou dos tipos.
 Nos dois discípulos. Luc. 24:13-34.
 No Apocalipse Jesus é visto Como antítipo. O Cordeiro e o Leão. Cap. Cinco.
Falam de Jesus.
 O Tabernáculo, As festas, o templo; as ofertas, vestimentas dos sacerdotes, etc.
Os escritores do Novo Testamento citam:
 “São Escrituras”. (I Cor. 15:4 Cf. Lev. 23 (a oferta movida) - Cristo as “Primícias”).
Só se entendem pelos tipos certos trechos do Novo Testamento.
 Hebreus - Sombras; sangue; o Tabernáculo, sacrifícios.
 Atos 3 - o discurso de Pedro “restauração de todas as coisas”. Atos 3:21-23.
 Com Lev. 25 (o jubileu) Lev. 27:24; João 1:29 – cordeiro. “Tabernaculou” traduzindo literalmente a palavra grega “esquênesen”.
Cap. 2 - Ao Templo.
Cap. 3 – A serpente de metal.
Cap. 4 – O poço de Jacó.
Cap. 6 – O maná.
Cap. 7 – A rocha.
Cap. 8, 9 – a Luz do mundo.
Cap. 10 – O Bom Pastor.
Cap. 12 – O grão de trigo (primícias).
Cap.13 – o lavatório.
Cap. 15 – A verdadeira videira. Cf. a videira que saiu do Egito.
O Evangelho de João comparado ao Tabernáculo:
Caps. 1-12 – o pátio do tabernáculo. As últimas palavras aos de fora, no fim do cap. 12.
Primeiras coisas encontradas são o altar e o cordeiro (1:29).
Cap. 13 – Preparando os discípulos para o serviço do Tabernáculo USO de lavatório.
Cap. 14-16 – Com eles no Tabernáculo. O Espírito Santo. Oração, o incenso sobre o altar de ouro.
Cap. 17 – Jesus o Sumo Sacerdote, sozinho no Santo dos Santos.
Tipos revelados no N. Testamento; e o V. Testamento revelado pelo N. Testamento.
O Antídoto contra o “modernismo”. Ver o que Deus revelou.

O TABERNÁCULO

I – TÍTULOS DESCRITIVOS
Santuário.
Ex. 25:8 - Chama atenção ao caráter deste, Como lugar santo.
O palácio do Grande Rei.
Tabernáculo.
Ex. 25:9 – Latim “tenda” – Hebraico um lugar de habitação ou morada. João 1:14 e 1:1.
Tenda
Ex. 40:2 e 39:33-43.
Tenda da revelação.
Núm. 18:4 - centro do culto.
Tenda do testemunho.
Núm. 9:15 – Refere-se à arca onde estava à lei, o testemunho.
Ex. 25:16 – Santidade culpa do homem e eficiência da expiação.
Casa de Deus. Juízes 18:31.
Foi chamado assim Na terra de Canaã.
Templo do Senhor ou Jeová.
I Sam. 3:3 – O Tabernáculo nessa ocasião talvez já fosse maior.
Santuário Terrestre ou material
 Heb, 9:1 – Pertencia a Dispensação das cerimônias. Um tipo de Jesus:                                  
Lugar de encontro. II Cor. 5:18. Em Cristo, Deus e o homem se encontram.
Lugar de revelação. João 1:8. Deus revelou seu caráter em Jesus - Rom. 3:26.

II – MORADA DE DEUS COM O HOMEM
 Que Deus deseja morar com o seu povo se vê pelo fato de que no Jardim do Éden, depois de interrompida a comunhão com o homem por causa do pecado, Ele imediatamente começou a revelar um plano que visava a sua restauração. Esta revelação aumenta em beleza, glória e intimidade de Gênesis ao Apocalipse. Cf. Isaías 57:15 e 66:1, 2.
Deus habita com um povo santo, redimido da escravidão satanás (faraó) o mundo (Egito) com um povo protegido pelo sangue.
Na Palavra temos diversas manifestações da presença divina:
O Abraão (Gên. 18:1-8).
No tabernáculo.
No Templo de Salomão, tipo daquela presença permanente, embora ele mesmo tiver desaparecido.
No Filho de Deus, Jesus Cristo –– Emanuel.
No Espírito Santo.
No Templo Milenial.
No céu, a morada eterna (Eis o tabernáculo de Deus está com os homens), Apoc. 21:3 (Assim ficaremos sempre com o Senhor)                   I Tes. 4:17.
TIPO DE JESUS
“Far-me-ão um santuário para que eu habite no meio deles. Seguindo em tudo o que eu te mostrar, o modelo do tabernáculo, e o modelo de tabernáculo, e o modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o faraó” - Ex. 25:8, nove. Nesta passagem vemos:
A graça – que Deus consinta fazer um tabernáculo.
Ordem – tudo devia ser feito segundo o Plano por Deus estabelecido.
Adão foi a primeira morada de Deus Na terra. Veio à falha, e o descaso de Deus ficou interrompido. O Plano de Deus é imutável e, por conseguinte mandou seu Filho - segundo Adão. A graça e a ordem aqui reveladas mostram Jesus.
O Tabernáculo é tipo de Jesus. Aquele que era Deus (João 1:1) se fez carne (João 1:14) por Sua própria vontade. Ele “habitou” (esquênesen, no grego, literalmente “tabernaculou” entre os homens). Cf. Heb. 2:14 “Ele... participou, (no grego “epilamteno” literalmente “lançar mão de”. Reflexivo, indicando ação da Sua vontade. Assumiu, e não só nasceu destas cousas”) Cf. versículo 16 – a semente de Abraão. Tomou sobre Si a natureza humana, mas permanecia o Filho de Deus, igual a Deus em substância.
Testemunho deste fato:
Apóstolo João, João 1:14.
João Batista, João 1:34.
Natanael, João 1:49.
Paulo, Col. 1:19. A plenitude de Deus Morava em Jesus (majestade, poder, personalidade). Cf. João 14:9; 3:34; 1:18; I Tim. 3:16; Col. 1:16; Heb. 1:3; Tito 2:13; Rom. 9:5; I João 5:20. Assim em Cristo o descanso de Deus é restaurado. Heb. 8:1. Descanso da redenção. Cristo o verdadeiro Tabernáculo.
III–A NUVEM cobria o Tabernáculo e quando se mudou, Israel mudou-se com ela.
O GUIA DO POVO
Qual Pastor de Israel. Israel primeiramente recebeu a Redenção, na noite da Páscoa. Depois recebeu a DIREÇÃO. Ex. 12:12,13, ,41-42. Cf. I Pedro 1:18,19; Gál. 1:4; I Ped. 3:18; Col. 1:12,13.
Como Israel. Dependia desta libertação do Egito, a Igreja também é um povo peregrino que precisa da direção do Espírito Santo. Deus dirige o crente.
Pela Palavra. Sal. 119:105.
Pelo Espírito. João 16:13-15.
Por seus olhos. Sal. 32:8. Cf. Sal. 139.
O SÍMBOLO DO ESPÍRITO SANTO
Prometido por Jesus. João 14:16-18; Mat. 28:20. Veio no dia de Pentecostes. Atos 2:3. Línguas de fogo!
Como Na criação o pai manifestou o Filho (Heb. 1:2) e Como Na terra o Filho manifestou o Pai, assim Durante esta Dispensação o Espírito Santo manifesta o Filho. João 16:13-15. Depois da salvação pelo sangue de Cristo, é privilégio do crente receber a plenitude do Espírito Santo. Atos 2:38. E o Espírito permanece com a Igreja. João 16:16; Rom. 8:11. E o Espírito Santo separa o crente do descrente (I Cor. 6:19; Cf.ex. 14:19, 20; I Cor. 2:14) Como o fez entre Israel e os egípcios.
O ESCUDO DO POVO
Operava contra o poder de Faraó. Êx. 14:19, 20. Cf. a promessa a Abrão nesse sentido. Gên. 15:1. Paulo exortou a Igreja a revestir-se do ESCUDO da fé. Ef. 6:16; Prov. 18:10. O nome Senhor é uma torre Segura. Graças a Deus!
SOMBRA PARA O POVO
Núm. 10:34; 14:14; Sal. 105:39. É um tipo de Jesus que nos protege dos fortes raios do sol de perseguição e tentação. Ct. 2:3.
O VINGADOR
Êxodo 14:24-28; 15:1. Cf. Rom. 16:20.
A LUZ DO POVO
Êx. 13:20, 21; Sal. 119:105. Tipo de Cristo a Luz da Igreja.
O mundo está nas trevas (Rom. 13:12) apesar da “luz da natureza ou razão humana”, de que tanto se orgulha o homem. II Cor. 4:6; I João 1:6, sete.
ORÁCULO DIVINO
Israel não se mudou enquanto a nuvem não se mudou. Núm. 9:17-23. Cf. Êx. 29:43-46. Assim a Igreja precisa reconhecer a absoluta autoridade do Espírito Santo. Zac. 4:16. Cf. a ordem de Jesus que “esperassem a promessa feita pelo Pai”. Atos 1:4.
APARÊNCIAS DA NUVEM
Ao mar vermelho
N Tabernáculo.
No Templo de Salomão.
Em Jesus, no Monte da Transfiguração. Lucas 9:34.
Na ascensão de Jesus – pela última vez. Atos 1:9.
Futuramente. Is. 4:5, seis.
No Milênio. Is. 40:5; 60:19.
IV-AS CORTINAS DO ÁTRIO
A descrição do tabernáculo no livro de Êxodo começa com a arca no Santos dos Santos terminando com o altar de sacrifícios. A fim de esclarecer o assunto, começaremos o nosso estudo pelo lado exterior e terminando com a arca.
O átrio era um espaço retangular ao redor do Tabernáculo, mais ou menos 50 mt. x 25 mt. Era fechado por cortinas feitas de linho retorcido; suspensas sobre 60 colunas 20 em cada lado e 10 nas extremidades. As quatro colunas ao lado orientais formaram a entrada. Estas quatro colunas falam da universalidade (quatro direções) do Evangelho e a entrada plena para o povo de Deus.
AS CORTINAS TIPOS DA JUSTIÇA PRÁTICA
NO HOMEM. Tipo da justiça que Deus exigiu do homem e que o homem não conseguiu alcançar, e que o exclui da presença de Deus. Apoc. 19:7-9.
DE DEUS. Tipo da justiça que fez Deus excluir o homem de Sua presença.
Cristo é o mediador entre Deus e os homens. I Tim. 2:5; Heb. 8:6; 12:24. II Cor. 5:20. As cortinas eram feitas de linho, uma fibra vegetal de origem terrena. Isto representa Jesus Na Sua humanidade.
Por meio de Jesus Cristo o homem pode receber esta justiça exigida, pois Ele “se tornou da parte de Deus sabedoria, JUSTIÇA, e santificação e redenção”. I Cor. 1:30.
E aquele que não conheceu pecado, O fez pecado por nós para que nós nos tornássemos justiça de Deus Nele. II Cor. 5:21.
A justiça de Deus exigiu sacrifício de sangue. Jesus pagou Este preço com a Sua vida. “Fostes resgatados... pelo precioso sangue de Cristo, Como de um cordeiro SEM defeito e imaculado”. I Pedro 1:18, 19. “Mas agora em Cristo Jesus vós que antes estáveis longes vos aproximaram pelo sangue de Cristo”. Ef. 2:13.
AS VERGAS E GANCHOS DAS COLUNAS. Êxodo 27:17
Feitas de prata – símbolo de redenção. Êx. 30:11-16. O preço de resgate foi o meio ciclo de prata.
Estes ganchos seguravam e deram estabilidade às cortinas.
Sem Este teriam caído. Assim SEM a expiação e redenção de Cristo o cristianismo não poderia existir.
OS CAPITÉIS, feitos de prata. Pela redenção em Cristo Jesus as nossas vidas recebem os ornamentos do Espírito, a graça, e as virtudes de Cristo. Como é bom ter o ornamento dum espírito manso e tranqüilo, que é de grande estima diante de Deus! I Pedro 3:4.
AS BASES E AS COLUNAS DE METAL
Estas sustentaram as cortinas. O metal representa o juízo. Núm. 21:9/ Apoc. 1:15. É substância que resiste o fogo, símbolo do juízo divino. Isaías 29:6; 30:30; 66:15. O que suporta Este juízo não é a ‘auto’ justiça do homem (Is. 64:6), mas sim a justiça de Cristo. Rom. 3:22.
O número de colunas era 60 em tudo, 20 nos lados e 10 nas extremidades. Dessas 10 no lado oriental quatro serviram de entrada para o Átrio.
A ENTRADA DO ÁTRIO
Havia só uma entrada. “Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”.  Atos 4:12.
A largura
20 cúbitos (mais ou menos 10 mt.) suficiente para todos. Representa Cristo a porta. João 10:7-9. Os evangelhos assim apresentam Jesus.
 As cortinas
Feitas de linho fino, retorcido, de estofo azul, púrpura, e escarlata.
Tipos da justiça e pureza, e natureza celestial de Jesus Cristo.
A entrada foi uma barreira para impedir entrada aos impuros, mas no mesmo tempo foi um caminho aberto para quem procurasse a reconciliação com Deus.
V – O ALTAR DOS HOLOCAUSTOS
Êxodo 27:1-8; 38:1-7; 39:33, 39, 43; 40:6, 10, (Ungido) 29; 30:28 “significa um lugar elevado”. A primeira coisa que se via depois de entrar no Átrio era o Altar de holocaustos SEM trazer um sacrifício pelo pecado para oferecer sobre Este, não se alcançava nenhuma aceitação com Deus.
Este altar é um tipo de Cristo Na Cruz, levantado Na mesma maneira e com o mesmo propósito que Moisés levantou a serpente no deserto. João 12:31, 32.
 Israel foi levantado em comunhão com Deus pelo sacrifício neste altar. Assim nós fomos elevados à comunhão com Deus pelo sacrifício de Jesus Cristo.
 O sacrifício subiu Na fumaça – um-suave cheiro que agradava a Deus. Lev. 1:9 Jesus ofereceu-se Como sacrifício de suave cheiro. Efésios 5:2.
O PROPÓSITO DO ALTAR
Aqui o inocente levou sobre si a punição dos culpado. Da mesma maneira Cristo levou em Seu corpo no madeiro os nossos pecados.
Aqui Jeová se encontrou com Israel.
Na Cruz de Cristo encontramo-nos com Deus. Atos 2:23, “sendo Este entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-O por mão de iníquos”. Cf. Heb. 9:26-28.
 “Nenhum israelita podia receber absolvição cerimonial sem oferecer a sua oferta, impondo a sua mão sobre a cabeça dela e assim recebendo a si o valor da sua morte” Foi o seu substituto.
Da mesma forma o homem tem que mostrar fé Na Vítima da Cruz, Cristo, recebendo a Ele Como o seu Substituto perante Deus. Assim pela fé em Jesus somos salvos, e regenerados. João 1:12, 13, 29; Heb. “9:22”.
JESUS CONTINUA a SER O Cordeiro de Deus, mas o Cordeiro que foi morto e tornou a viver, pela ressurreição. Apoc. 5:6 A única entrada para o Tabernáculo no céu é pela morte de Jesus. Boas obras, palavras Bonitas, de bons pensamentos, religião, filosofia, etc. não servem. Deus aceita o homem só através dos méritos do sofrimento e da morte de Jesus.
Material
Madeira de acácia, coberto de cobre. Esta Madeira achava-se crescendo no deserto, um tipo de Jesus. Na sua humanidade, de origem humilde, qual raiz que sai duma terra seca. Is. 53:2, o bronze é tipo do juízo de Deus, que Jesus sofreu no Calvário.
Os chifres
Eram quatro. Um, em cada canto. Os chifres, Na Palavra, representam poder. “Mas tu exaltarás o meu poder (Traduzido corno)”. Sal. 92:10. Almeida. O poder de Deus foi manifestado em ressuscitar Jesus da morte. “Pois também Ele foi crucificado por fraqueza, mas vive pelo poder de Deus” II Cor. 13: quatro; Heb. 7: 25.
Aspergidos com sangue, apontados em direção aos quarto cantos do mundo, significam que o sangue de Jesus fez expiação para todas as nações, o que há poder, suficiente para toda necessidade de todas as pessoas no universo. Glória a Deus!

O sangue
Foi derramado à base do altar. Cristo derramou a sua Alma até à morte, no Calvário. Is. 53:12.
As cinzas – Lev. 9:9, Aspergidos com sangue.
Foram levadas para um lugar limpo. Lev. 6:10, 11. O corpo de Cristo foi sepultado num túmulo que nunca fora usado.
As cinzas também, falam da aceitação divina do holocausto. Davi orou “aceite (em inglês é traduzida, reduz a cinza) os teus holocaustos” Sal. 20:3. Cf. a exclamação de Jesus, está consumado. (Oferta de Abel; ofereceu no holocausto o cordeiro e que foi aceito por Deus. Gênesis cap. Quatro). (Oferta de Elias; holocausto respondido do céu com fogo, que consumiu o cordeiro, o pó e a água. I Reis 18:38). Mat. 27:50; João 19:30; I Reis 18:38.
Os utensílios
Cinzeiros, pás, bacias, garfos e braseiros. Cinco peças, todas de cobre. Êx. 27:3. Para conservar o fogo e remover as cinzas. Ex. Paulo a Timóteo: “desperta o Dom que está em ti.” II Tim. 1:6
O Fogo.
Símbolo, ou manifestação, da santidade de Deus. Cf. Moisés, e a sarça que ardia. “O lugar em que tu estás é santo”. Êx. 3:5.
Símbolo, de juízo divino sobre o pecado. “Nosso Deus é um fogo consumidor”.
Heb. 12:29. Cf. Sodoma e Gomorra – fogo e enxofre. Cristo levou nosso juízo.
Símbolo de purificação. Zac. 13:9; Mal. 3:2-3.
 “Se ele me provasse, sairia eu como ouro”. Jô 23:10. A purificação vem pela cruz de Cristo. Tito 2:14.
Veio do céu. Lev. 9:23, 24. Cf. I Reis 18:38; II Cr. 7:1 (inauguração do Templo de Salomão) I Cr. 21:26 (o holocausto de Davi na eira de Ornam). Assim precisamos do fogo do céu, no Calvário, fogo sobrenatural.
Perpétuo. Lev. 6:12; Rom 12:11.
Os utensílios serviram para cuidar deste fogo e para levá-lo de lugar em lugar.
O fogo do Calvário não se deve apagar, mas, sim devemos levar Este fogo aos quatro cantos do mundo.
O fogo levado ao Altar de incenso. (Pentecostes – Atos cap. dois).
Fogo estranho, Nadabe e Abiú. (Lev. 10:1-11; Êx. 30:9).
OS VARAIS
O Altar tinha dois varais feitos de Madeira, cobertos de cobre a função desta era a de carregar o altar de lugar em lugar.
Representam as duas partes do Evangelho, pelo qual à mensagem do Calvário é levado a todo o mundo:
Que Cristo morreu pelos pecadores.
Que Cristo foi ressuscitado I Cor. 15:1-4; I Cor. 2: 2.
VI - O LAVATÓRIO DE COBRE
Era o lugar de purificação, onde os sacerdotes se lavaram antes de entrarem no Tabernáculo próprio. Êxodo 30:17-21. A água é um tipo da Palavra de Deus pela qual fomos purificados pelo poder do Espírito Santo. João 15:3; Ef. 5:26; João 3:5; I Tes. 1:5. (João cap. 13).
Na ocasião da sua consagração (Êx. 29:4; 40:11, 12; Lev. 8:6) ao ministério sacerdotal, os sacerdotes tomaram banho, sendo lavado o corpo todo. Isto representa a regeneração. “Não por obras de justiça que nós fizemos, mas, segundo a sua misericórdia nos salvou pelo lavatório da REGENERAÇÃO e RENOVAÇÃO do Espírito Santo. Tito 3:5” “Cheguemo-nos com coração sincero em plena certeza da fé, tendo os nossos corações purificados de uma consciência má e LAVADOS OS NOSSOS CORPOS COM ÁGUA PURA’”. Heb. 10:22.
Depois da consagração os sacerdotes levaram somente as mãos e os pés antes de entrarem no santuário. Este ato é um tipo da purificação diária pela Palavra de Deus contra a contaminação por contato com o mundo. Antes de celebrar a Páscoa e a ceia com Seus discípulos, Jesus lavou os pés deles e disse, “Aquele que já se banhou (o corpo todo) não tem necessidade de lavar senão os pés, porém está todo limpo e vós estais limpos”. João 13:10A lavagem da regeneração realiza-se só uma vez, mas a purificação da contaminação com o mundo é um processo contínuo, SEM o qual é impossível ter comunhão perfeita com Deus. Os pés representam os nossos andar. E as mãos o nosso serviço. Sal. 24:4 para que a santificasse, tendo-a purificado pela lavagem da água com a Palavra. Ef. 5:25, 26 Cf. Hebreus 4:12.
MATERIAL
Bronze. Tipo de juízo, neste caso de juízo de si próprio. A diária purificação pela Palavra envolve o juízo de si própria.
Paulo disse aos coríntios que participavam da ceia, “Se, porém bem julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados”. I Cor. 11:31. “Porque vês o argueiro no olho do teu irmão, porém não reparas Na trave que tens no teu?” Mat. 7:3.
O bronze veio dos espelhos das mulheres Êx. 38:8 (os estojos) melhor é sacrificar a beleza natural para receber a beleza espiritual! Cf. Mar. 14:9.
Este fato sugere que a palavra de Deus tanto revela Como também limpa.
Como espelho revela a impureza. Como agente purificadora limpa. A Palavra de Deus tanto revela Como limpa. A palavra de Deus é nosso espelho onde vemos nosso caráter verdadeiro.         
Tiago diz que o homem que Na palavra descobre o seu rosto não espelho, mas, não o lava. Tiago 1:22-27.
Outro aspecto da Palavra se vê nas palavras de João, “O sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado”. I João 1: 7.
O TAMANHO
O tamanho não é revelado. Este fato sugere a verdade que Cristo e Sua Palavra são imensuráveis e insondáveis. João 3:35; I Pedro 1:2. Cf. O Mar no Templo de Salomão. II Crônicas 4:2.
NUNCA É COBERTO
O lavatório nunca foi coberto, nem Durante a marcha e nem ao estarem acampados. A palavra de Deus é uma revelação e não um mistério encoberta Como alguns religiosos ensinam.
F) O LAVATÓRIO NO LIVRO DO APOCALÍPSE
O mar de vidro, Apoc. 15. Os que estão sobre este mar são vitoriosos para sempre. Uma lembrança da sua vitória pela Palavra.
VII - O TABERNÁCULO PRÓPRIO
Tipo de:
A Igreja, Como habitação de Deus pelo Espírito Santo.
O crente individual Como templo do Espírito Santo.
As cousas celestiais.
As quatro cortinas do Tabernáculo – Êxodo 26:1-14
Peles de animais marinhos. Êxodo 26:14.
Era a cortina exterior, sem forma ou medida específica, faltava-lhe beleza, de cor cinzenta, um tipo de Jesus veste pelo mundo, sem forma, beleza e formosura. Isaías 53:2, 3. A beleza do Tabernáculo ficou escondida. Só quem entrasse poderia ver a sua beleza. Jesus também foi desprezado pelo povo, sendo para eles apenas o “carpinteiro” e “nazareno”.
Peles de carneiros tintas de vermelho – Êxodo 26:1-14
Colocada por baixo da cortina das Peles de animais marinhos. O carneiro simboliza substituição. Gên. 22:13, 23. O carneiro substituiu Isaque no altar no Monte Moriá.
Tipo de Jesus. I Pedro 3:18; 2:21; I Cor. 15:3 e quatro; Gál. 1:4; Rom. 5:8; Is. 53:6; João 3:16. O substituto que morreu no lugar do pecador.
Pelos de cabra – Êxodo 26:7-13.
Eram feitas de onze cortinas e colocada debaixo das Peles de carneiro. Cobria o Tabernáculo, descendo pelos lados até o chão. Cinco formaram uma peça para cobrir o Lugar Santíssimo. Ligados por colchetes de cobre. Cinco formaram uma peça para cobrir o Lugar Santo. Uma cobriu a entrada com as cinco colunas.
A cabra era animal usado para oferta pelo pecado. Lev. 9:15; Núm. 28:22. Portanto esta cortina representa Jesus à oferta pelo pecado. Is. 53: 10; Heb. 9: 14, 26, 28; 10:10, 14; Ef. 5: 2;
II Cor.5: 21. Cristo assumiu toda a dívida humana e toda a culpa de todo ser humano desde Adão. Por Seu Pai foi tratado Como o criminoso do universo. Rejeitado Na Cruz. Deus virou Seu rosto contra o Filho, o representante do homem. Cf. Sal. 40:12. Por isso exclamou, “Deus meu, Deus meu, porque me desamparastes”. Sal. 22. Cf. Lamentações 1:12-14.
Ali, Na Cruz, vemos o que Deus considera o pecado, traição e contra a sua pessoa. Sal. 51:4.
A oferta pelo pecado opera duas coisas:
1. Como oferta pelo pecado, satisfaz a exigência da lei divina, Seu governo e sua pessoa.
2. Substituição – reconciliou o mundo com Deus, suspendeu a sentença condenatória. A graça reina! Os benefícios desta oferta pelo pecado reservam-se para a pessoa que requer pessoalmente a libertação da sentença da morte, reconhecendo Jesus Como o seu substituto que tomou seu lugar no castigo divino. Gálatas 2:20.
O Tabernáculo, tipo, não só de Jesus, Como também da Igreja, foi completamente coberto por esta cortina de Pele de cabras. Assim o sacrifício de Jesus cobre completamente os que são dele. 
Núm 23:21. Os pecados são completamente cobertos. Sal. 32: 1, 2; Isaías 44: 22; Sal. 103:12; Is. 38:17; Miquéias 7:19; Heb.10: 17. O homem é perdoado! Os pecados esquecidos!

As cortinas de linho fino retorcido.
 As cortinas interiores, colocadas debaixo dos pelos das cabras.
a) Bordada em azul, púrpura, escarlata, com figuras dos querubins. Êx. 26.
b) Eram dez ligados com colchetes de ouro de 50 cúbitos de largura quando unidas. Uma largura de 20 cúbitos cobria o Lugar Santo e formou o teto; a outra de 20 cúbitos, cobriu o Lugar Santíssimo. O que sobrou cobriu a parede dos fundos. Só a parte do teto apareceu à vista.
c) O linho é o produto do reino vegetal e representa a humanidade de Jesus.


Significado das cores:
Azul – Cristo o celestial, de natureza divina.
Púrpura – Cristo e rei.
Escarlata – Cristo o sofredor. Sua morte. Esta cor foi obtida de um bichinho de cor escarlata.         
 Foi esmagado para fornecer o corante Cf. Cristo, chamado “verme” em Sal. 22:6, esmagado debaixo do peso dos nossos pecados, derramando o Seu sangue escarlata que nos purifica.
Branco – Cristo o puro, imaculado.
 Significado dos querubins
 A palavra “querubim” significa força ou poder. Os querubins são seres majestosos, domadores das forças da natureza, os engenheiros do universo, executores da vontade de Deus. Apoc. Caps. 7-19. Mat. 13:41, 42. São anjos. I Pedro 3:22. Assim representam à divindade de Jesus, o Filho do homem. Cf. Sal. 17:8; 36:7; 57:1; 61:4; 63:7; 91:4 Toda esta glória dos querubins com sua azas estendidas se via só quando estava dentro do Tabernáculo. Da mesma forma a beleza de Cristo é revelada ao crente.
Na palavra vemos os querubins com quatro faces: (Ez. 10:10-15; Apoc. 4:1; Ez. 1:5-10).
De leão. Tipo do poder e glória real.
De boi. Tipo de força para trabalhar e servir.
De homem. Simboliza simpatia e inteligência.
De águia. Voando às alturas. Tipo de poder de suprema percepção. Nas cousas celestes.
Todas representam Cristo, Como narrado nos quatro Evangelhos:
Mateus apresenta Jesus como o leão da tribo de Judá, o Rei de Israel.
Marcos apresenta Jesus paciente como o boi, servindo á humanidade.
Lucas apresenta Jesus como o Filho do Homem simpatizante, amoroso e exemplo perfeito.
João apresenta Jesus como o Filho de Deus, voltando ao lugar de onde saiu o seio do Pai.
VIII – AS 48 TÁBUAS DO TABERNÁCULO – Êxodo 26:15-30.
 As aparências do Tabernáculo eram Como dum caixote grande, de 30 cúbitos de comprimento, por 10 cúbitos de altura, por 10 cúbitos de largura. O cúbito é mais ou menos 46 cm. O Tabernáculo foi construído de 48 tábuas de acácia ou cetim, uma madeira do deserto, incorruptível, 20 em cada lado, seis nos fundos e dois nos cantos. Foram cobertos de ouro.
 Tinham espigões que encaixavam em duas bases de prata, pesando 90 libras cada. Havia 100 bases, incluindo quatro para as bases dos pilares do véu entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo. Estas tábuas ficaram seguras por 15 travessas de Madeira, cobertos de ouro, cinco nos lados e cinco nos fundos. Três passaram horizontalmente de fora afora. Doze eram mais curtos, sendo quatro em cada lado e nos fundos, dois em cima e dois por baixo da travessa comprida do meio. Estas peças constituíram a armação principal do Tabernáculo.
 O comprimento das tábuas era de 10 cúbitos.
A largura.
O material era Madeira de acácia tipo de Cristo na Sua humanidade. Heb. 2:16; Luc. 1:35. 
 Eram cobertos com ouro, tipos da glória divina. O templo de Salomão, a morada terrestre de Deus, onde se revelou a glória divina, foi coberto com ouro, até ao assoalho. No Apocalipse a cidade celeste é descrita Como tendo a glória de Deus, sendo de ouro puro Como vidro transparente. O ouro representa a perfeição de Cristo. Embora cobrindo a Madeira o ouro fosse separado da Madeira. Assim a divindade e perfeição de Cristo cobriam a sua humanidade. Havia duas naturezas, divina e, humana, distintas. I Tim. 2:5; Heb. 1:8; Tito 2:13. Verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Um grande mistério. Mas era sempre uma só pessoa. João 8:58; 10:30. Da mesma substância com o Pai. Heb. 1:3; João 10:33.
TIPOS DOS CRENTES
Unidos com Cristo. I Cor. 12. Seguros por 15 travessas de Madeira de acácia, cobertos com ouro. Em cada lado havia uma travessa comprida que estendia horizontalmente de fora afora, no meio das tábuas. Em cima desta havia duas curtas que estendiam o comprimento do lugar Santo e o Lugar Santíssimo. Por baixo também havia outras duas travessas do mesmo comprimento. E nos fundos havia outras quatro travessas curtas por cima e por baixo da travessa comprida. Êx. 26:26-28. A travessa comprida representa Jesus o princípio e o fim, o Alfa e o Omega. Apoc. 1:8, 17; Gên. 1:20, 22 com João 1:1-3; 1:18; Miquéias 5:2; Col. 2:9, 10; Col. 1:17; João 1:4; Ef. 3:11. Sendo três a travessa comprida sugere a ressurreição (ao terceiro dia). É o Cristo vivo que sustenta a Sua Igreja! Aleluia! Ef. 1:10; Heb. 2:8, 9. Nós o vemos.
Em Cristo fomos ajuntados para formar uma habitação de Deus pelo Espírito, e somos membros do Seu corpo.

Alguns fatos concernentes as Tábuas

Como Árvores
Tinha a suas raízes Na terra e era da terra e de pouco valor. Tipos dos homens não regenerados do mundo. Ef. 2:1-3. Sob o domínio de satanás.
 Preparação
Foram cortados, aparelhados e removidos.
Pelo arrependimento e fé em Jesus Cristo, o pecador é cortado, humilhado e cai aos pés de Jesus.
Depois ele precisa ser ainda (serrados) e (aparelhados), quer dizer as obras da carne e do homem natural precisam ser dominados. Os que são da carne não podem agradar a Deus. Rom. Caps 6-8.

Removidos
Ao novo lugar e uma nova relação. “Amados, agora somos filhos de Deus. Transladados ao reino do seu filho Amado. Com Ele nos fez sentar nas regiões celestes em Cristo Jesus” Efésios 2:6.
Tábuas preparadas por Besalel e seus cooperadores.
Tipo do Espírito Santo. A pessoa precisa nascer de novo antes que possa ocupar seu lugar no corpo de Cristo.
Colocadas em posição por Moisés. Êxodo 40:18
O Senhor Jesus coloca Na Igreja os que crêem. Atos 2:47.
HA um lugar para cada um. Devemos ficar no lugar em que Jesus nos colocou.
Todas as Tábuas descansava sobre duas bases de prata.
A prata representa redenção ou expiação. Nossa redenção veio pela expiação de Cristo. “Pois ninguém pode por outro fundamento senão ou que foi posto, que é Jesus Cristo”. I Cor. 3:11. 
Cada Tábua Coberta com ouro.
O ouro é tipo da divindade e glória de Cristo. O homem em si mesmo é vil cheio de pecado. Eu sei que em mim isto é Na minha carne não habita bem algum. Rom. 7:18. Mas, em Cristo Ele acha aceitação e revestimento com a sua justiça. Paulo recomendou em Rom. 13:14 “revesti-vos do Senhor Jesus”. Obedecendo Este mandamento, revestindo-nos da sua glória, tipificado pelo ouro, haverá uma gloriosa mudança da nossa vida. “Mas todos nós, com rosto sem véu contemplando como em espelho a Glória do Senhor, somos transformados na mesma imagem de Glória em Glória, como pelo Senhor, e Espírito”. II Cor. 3:18.
7. Ligadas em cima com anel de ouro
O amor é o anel que une o povo de Deus. “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”. João 13:35.
IX – O ANTEPARO
A entrada para o Átrio do Tabernáculo representava Jesus o Caminho e a entrada para o Tabernáculo ou Lugar Santo representa Jesus a Verdade. João 14:6.
O lugar Santo era o lugar de serviço sacerdotal, onde os sacerdotes ministravam perante o Senhor. A entrada Ali representa a chamada do crente para a obra do ministério, chamada esta que deve vir somente de Jesus. “Disse-lhe o Espírito Santo, separa-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado”. Atos 13:2.
O Anteparo não só era uma entrada para o Lugar Santo Como também era uma revelação de Deus Como Pai, um Deus de amor, de graça, e poderoso para salvar o pior dos pecadores. Jesus é a verdade concernente a Deus. Deus manifesta Na carne. Por isso poderia dizer, “Eu sou a verdade”.
A entrada teve cinco colunas de Madeira, cobertos com ouro, tendo capitéis e bases de cobre. Representam Jesus e suas duas naturezas a humana e a divina.
X – A MESA DOS PÃES DE PROPOSIÇÃO
 Material
Material de acácia coberta com ouro tinha duas coroas, uma dentro da outra. Havia quatro argolas nos quatro cantos pelas quais passaram os varais usados para carregar o mês nas jornadas.
Doze pães foram colocados Na mesa, uma para cada tribo, em duas fileiras de cada. Sobre Estes se deitava incenso, eram consideradas umas sós coisas. Quando falava da mesa, incluía-se o pão. A palavra “pães da proposição” significa literalmente, “o pão da face, ou pão da presença”. Em Núm. 4:7 diz, “sobre ela (a mesa) estará sempre o pão”. Em, II Cr. 2:4 “para que não faltem os pães da proposição...” Os 12 pães representam as doze tribos de Israel. Era um memorial contínuo perante o Senhor; lembrando a seu povo as suas promessas. Cf. as 12 pedras em Gigal, lembrança da travessia do Jordão. Josué cap. Quatro.

Um símbolo da Igreja
A Igreja é chamado um só pão. I Cor. 10:17. Cristo e Sua Igreja são chamados um só. I Cor. 12:12. Cristo Como a mesa. Sustenta a Sua Igreja e a apresenta Como pão perante Deus Pai. Judas 24,25.
 Centro de União da família Sacerdotal.
A Igreja é um sacerdócio. I Pedro 2:5; Rom. 12:1; Heb. 13:15. Ao redor de Cristo, ressuscitado, reunimos.                     Mat. 18:20. Ali Cristo, Na Sua onipresença, está. Aleluia! Glória a Deus! 
A união com os 500 irmãos - I Cor. 15:6; Mat. 28:16-20.
 Centro de alimentação da família sacerdotal.
O pão foi comido pelos sacerdotes nos sábados quando puseram pão fresco Na mesa. Só no lugar Santo podia comer. Lev. 24:9. Estes pães, portanto, representa Jesus o Pão da vida. O verdadeiro pão. João cap. Seis. Foi Ele que deu a Sua carne em sacrifício pelos pecados, Pela fé o crente alimenta-se de Jesus e vive por Ele. Esta apropriação não só inclui o novo nascimento, Como também uma vida mais abundante em Cristo. “Eu vim para que tenham vida, e que a tenham em abundância”. João 10:10. É nosso privilégio alimentar diariamente de Cristo, apropriando o Seu sacrifício perfeito, seu amor, sua proteção, etc. I Pedro 2:1, dois; Heb. 4:12; Sal. 23:5. Assim poderemos dizer Como Paulo, “Logo já não sou eu, o que vivo mas é Cristo que vive em mim”. “Aquela vida que agora vivo Na carne vivo Na fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”. Gálatas 2:20.
Os pães eram pães asmos, tipos da sinceridade e verdade. I Cor. 5:6-8. Cf. O fermento do legalismo, incredulidade, e ambição. Mat. 16:6-12; Marcos 8:15. Precisamos adorar a Deus em espírito e em verdade. João 4:24; I Tes. 5:23.
Lembremo-nos do processo pelo qual o trigo se torna em pão moído entre as pedras de moinho, amassado e moldado em forma de pão. Depois o calor intenso do forno. Símbolos das duras experiências que Cristo conheceu. Isaías 28:28; Lam. 1:13.
A entrada para a mesa era só pelo caminho do altar. SEM passar pelo altar o sacerdote não podia chegar-se a esta mesa. Da mesma forma a comunhão com Cristo depende em primeiro lugar de ter aceitado o sacrifício de Cristo Na Cruz Como Salvador pessoal.
 Centro de comunhão na família sacerdotal.
Ao redor da mesa os sacerdotes reuniam-se. Assim ao redor da mesa espiritual provida por Cristo a Igreja tem comunhão.
XI – O CANDEEIRO DE OURO
        A finalidade candeeiro era fornecer Luz, que revela, purifica, Sara e serve para crescimento.
         Aqui vemos Jesus a Luz do mundo, nosso Instrutor e guia. “Eu sou a Luz do mundo, quem me segue, de modo nenhum andará nas trevas”. João 8:12.
Material
      Ouro puro, maciço, valendo cerca de 1.000 Reais. Foi feita de uma só peça, não fundida, mas, sim batido.          Núm. 8:4.
Tipo de Jesus
       Este processo de martelar representa os sofrimentos de Jesus, o esmagamento e tristeza dos pecados de todo o mundo Ele levou. “Jeová” fez cair sobre Ele a iniqüidade de todos nós”. Is. 53:6. O candeeiro era ouro sempre, mas, para ocupar o seu lugar de porta Luz teve que ser submetido as marteladas. Cristo era sempre o Filho de Deus, mas, para se tornar o Salvador dos homens perdidos era necessário tornar-se o homem de dor, obediente a Cruz. João 1:9; Is. 42:6; 49:6; 40:1-3; 2:5; João 9:5; I João 1:5,7: Col. 2:6; Ef. 5:8; Apoc. 21:23; Mat. 4:16; Prov. 4:18.
Tipo da Igreja
Vós sois a luzes do mundo “Mat. 5: 14; Luc. 12: 35; Fil. 2: 15 os sete candeeiros de Apoc. 1:12, 13, 20; 2:5 (O candeeiro de Éfeso estava apagando-se)”.
       Na parábola da moeda perdida (Luc. Cap. 15) Vemos a mulher acender a Luz e varrer a sua casa. Ela representa a Igreja buscando a Alma perdida à Luz da Palavra.

Os seis Braços
      O candeeiro (castiçal; candelabro) tinha três braços saindo dos dois lados, formando em tudo sete braços.
O braço central representa Cristo e os outros a Igreja.
Tipo de Israel
      Na dispensação Milenial. Zacarias Cap. Quatro.
As sete lâmpadas (pavios)
      Tratadas com espevitadeiras e apagadores (Êx. 25:38) a sujeira que se criava nas lâmpadas toda manhã. Assim Cristo, nosso Sumo Sacerdote, removerá das nossas vidas o carvão ou sujeira e impureza. É necessário submeter-nos à Sua Palavra e o poder do Espírito Santo. Assim nossa Luz brilhará ainda mais. Deus nos castiga (Heb. 12:3-13) para nos aperfeiçoar. Submetendo-nos à obra dos “apagadores” nossa Luz brilhará bem, e os homens perceberão que estivemos com Jesus. Cf. os discípulos em Atos 4:13. Estes apagadores (que representam os instrumentos que Deus USA Na correção) devem ser de “ouro puro”. Cf. Gálatas 6:1.


O Óleo do Candeeiro
       Era um óleo especial, usado para ungir. Cristo foi ungido com o óleo especial, o Espírito Santo. Luc. 4:18; Is. 61:1; Atos 4:27; óleo é símbolo do Espírito Santo que foi derramado SEM medida sobre Jesus. João 4:34. A Igreja, Como Luz do mundo, também precisa deste óleo especial.
      O processo da produção do óleo: exprimida e esmagada a azeitona. Cf. Is. 53:10. Assim vemos que da agonia da Cruz saiu à unção do Espírito Santo para a Igreja. As promessas desta unção são para todo crente. João 14:17; 15:26; Atos 1:5; 2: 32, 33, 38.
I) Os enfeites do candeeiro
    Em cada um dos seis braços havia enfeites Na forma de três fases Na formação de amêndoa:
A “maçã” ou gomo;
A flor;
O copo ou amêndoa madura. Cf. a vara de Arão que brotou. Núm. 17:8. Havia assim em cada braço nove frutos e Na haste central havia doze. Significa frutificação pelo Espírito Santo. Paulo em Gál. 5:22, 23 as nove qualidades de frutos do Espírito Santo. Realmente são Estes os verdadeiros enfeites da Igreja de Cristo, Luz do mundo.
J) Esta Luz em contraste com a luz natural
              O sacerdote ministrando no lugar Santo via tudo à Luz do candeeiro. A Luz do sol (a natureza) ficou excluída. As cousas de Deus são vistas à Luz de Deus e da Sua Palavra. Muitos nos nossos Dias querem reduzir a religião ao Plano material e científico. Mas as cousas de Deus são interpretadas espiritualmente. I Cor. 2:13. A Luz da natureza não serve para entender as coisas do Senhor. Mat. 6:23; II Cor. 4:6.
XII – O ALTAR DE INCENSO
O altar de Incenso era lugar de adoração, de culto e louvor. Sacrifícios não oferecidos aqui. Tipo de Cristo em cujo nome as nossas orações sobem a Deus. Cf. Lucas um: 9, 10. Zacarias.
Israel tão estéril quanto a Elizabete e Zacarias, ninguém permitindo a entrar nesse momento. Que mensagem – O Messias está para vir!
Material
Madeira de acácia coberta com ouro. Tipos da humanidade e da divindade de Jesus.
   Posição
No Lugar Santo, em frente ao véu e a arca. Isto representa Cristo, nosso caminho ao Pai. “Pois por Ele temos ambos a nossa entrada ao Pai em um Espírito”. Ef. 2:18.
Os chifres
               Uns em cada canto. Aspergido com o sangue uma vez por ano. Isto representa o poder do sangue de Jesus, que nunca perde a sua eficiência. Êx. 30:10; Heb. 9:14.
O poder da oração.
O incenso
Tipo da oração. Sal. 141:2; Apoc. 5:8. Queimando continuamente Cf. Ef. 6:18. No altar de cobre vemos Cristo suprindo a necessidade do pecador. No altar de ouro vemo-lo suprindo a necessidade do crente.
1. A relação entre os dois altares. Êx. 30:10 com Lev. 16:12.
    O fogo que queimou o incenso veio do altar de cobre. Assim vemos que o valor e a potência da oração de Jesus dependiam do sacrifício de Si mesmo na cruz. Se não morresse em nosso lugar tão pouco, poderia ter intercedido por nós. Sua intercessão. Lev. 16:27. O sacerdóçio de Jesus vigorou oficialmente desde a ressurreição. I Cor. 15:17: Cf. Lev. 16:12,13.
2. O incenso foi oferecido por Arão. Êx. 30: 7, 8.
           Tipo de Cristo. Heb. 9:24; 8:1. Arão ofereceu incenso só por Israel. Assim Cristo orou só pelos seus. João 17:9. Neste capítulo 17 vemos Jesus o Sumo Sacerdote oferecendo o incenso de oração. Que separação isto constitui entre nós e os do mundo!
Que bênção ter Jesus intercedendo por nós! O valor da oração de Jesus se vê Na oração por Pedro (Lucas 22: 31 32) para que a sua fé não desfalecesse. E Pedro não falhou, embora fosse duramente tentado e negasse Jesus três vezes.
          Jesus não só ora por nós, mas toma as nossas orações e as apresenta juntas com as Suas perante o trono do Pai. Apoc. 8:3; João 14:6; Col. 3:17; Apoc. 5:8.
3. Composição.
Estoraque.
  Uma substância que saía duma árvores nos montes de Gileade. Saia SEM incisão. Tipo da espontaneidade da oração e louvor. A plenitude do Espírito Santo produz esta espontaneidade. Ef. 5:18-20.
Onicha.
  Tirada dum certo caranguejo do fundo do Mar Vermelho. A verdadeira oração deve sair das profundezas do coração.
Galbano.
  Veio das folhas dum arbusto da Síria. Estas foram quebradas e moídas, produzindo uma seiva rala. A oração e louvor devem sair dum coração quebrantado. Sal. 51:17.
Franquincenso.
 Amargo ao paladar. Obteve-se duma pequena árvore, por incisão à tarde. Durante a noite saía lentamente. Fala da fragrância do sofrimento de
Jesus. Seu lado ferido. Só pelos méritos da morte de Jesus. Têm valor as nossas orações.
Reduzido o pó. Êx. 30:34.
                  Santíssimo. Puro. Sagrado. Reservado para os sacerdotes somente. Uzias morreu quando se atreveu usurpar a função. II Cr. 26:16-23.
Tipo de serviço prestado ao próximo.
                  Fil. 4:18. Oferta dos Filipenses a Paulo.
XIII – O VÉU.
Material.
Estofo azul, púrpura, escarlata, e linho fino, indicando outra vez Jesus que veio do céu, Jesus que deu o Seu sangue, Jesus o Justo e Jesus o Rei vindouro. Aqui vemos as belezas do Seu caráter.
B) Tipo de Jesus na sua humanidade. Heb. 10:19, 20.
Vimos anteriormente que a entrada ao pátio do Tabernáculo sugere Jesus o Caminho, o anteparo do Tabernáculo Jesus a Verdade. O véu sugere Jesus a Vida. João 14:6. Portanto, irmãos, tendo confiança de entrarmos no Santo lugar pelo sangue de Jesus, pelo caminho que nos inaugurou caminho novo e de Vida, pelo véu, isto é pela sua Carne (seu corpo ou humanidade). Heb. 10:19, 20.
A arca, dentro do Lugar Santíssimo era o símbolo da majestosa presença divina, onde permanecia a glória “shekinah” entre os querubins. O véu também tinha bordado nele as figuras doso querubins, representando o fato de que em Jesus a divindade estava com a humanidade. A dupla de Jesus está declarada nas seguintes passagens. I Tim. 3:16; II Cor. 5:19; Col. 2:9.
Esta glória divina “shekinah” residia em Jesus e foi manifestada no Monte da Transfiguração quando resplandeceu através da sua carne. Mat. 17:1-8. Era a glória que havia Na nuvem e entre os querubins da arca do Tabernáculo.
Enquanto Este “véu” (a carne de Jesus) não foi rasgado era separação entre Deus e os homens. Testemunha concreta da grande distancia entre os dois. A encarnação podia revelar ao homem a pureza absoluta, o exemplo infinito, e a vida perfeita de Jesus, mas por si não era suficiente pra trazer Deus ao homem, nem levar o homem a Deus. Se Jesus tivesse subido ao Pai Na hora da Transfiguração Jesus teria ficado apenas uma lembrança de Um homem que era perfeito. À distância entre Deus e o homem teria permanecido a mesma e o homem teria perecido. Havia só um meio de reconciliar o homem com Deus e efetuar uma entrada para ele ao céu, isto é pelo véu rasgado, a morte de Jesus. Esta verdade foi simbolizada anualmente Na cerimônia do “Dia da Expiação” quando o sumo Sacerdote matou um boi e um bode ao altar de bronze e trouxe seu sangue na bacia e o aspergiu sobre o propiciatório na arca dentro do véu.
  Não podia sentar-se por medo de perecer. Era o sangue e não a beleza do véu, nem sua composição, etc. que garantia a sua vida. Assim Cristo entrou no céu com o Seu sangue e efetuou a redenção eterna por nós. Heb. 9:12; 10:19- 22. Aqui então vemos o verdadeiro véu, a entrada para o céu – Jesus o Caminho, a Verdade e a Vida. João 14:6.
O véu Rasgado – Mat. 27:50, 51: Marcos 15:37, 38: Lucas 23:45.
                O véu do Templo de Herodes, dizem as autoridades nos assuntos judaicos, foi feita de material forte, com grossura de quatro polegadas. Opinam que um par de bois não podia rasgar aquele véu. Nem que um homem pudesse ter rasgado o véu de baixo para cima, somente Deus podia rasgar de cima para baixo. Isto significa que a morte de Jesus, que é nossa entrada a Deus, foi de Deus e não do homem. João 10:18; Sal. 22:15; 38:2; 39:9: 42:7; 88:7, 16; 102:23; Is. 53:10: Zac. 13:7; Lm. 1:12-14; I João 4:9.
               O véu foi rasgado à hora do sacrifício da tarde (3 horas). Mat. 27:46. O cordeiro estava no altar. Jesus certamente, da Cruz do Calvário podia ver a fumaça subindo da corte do Templo. I Cor. 5:7l Quando Ele exclamou, “Está consumado”, foi rasgado o véu. E entregou o seu espírito a Deus. Mat. 27:50. Ele expediu o Seu espírito. João 19:30; Luc. 23:46. Tão triunfante foi a Sua exclamação que o centurião ficou impressionado. Mar. 15:39. Assim a barreira entre Deus e os homens tornou-se em caminho. Glória a Deus. João 12:24; I Cor. 15:36; Heb. 9:26; II Tim. 1:10.
             Agora Cristo é nossa vida.
              Não somente foi rasgado o véu de alto a baixo, mas, foi completamente rasgado até ao chão. Não ficou nem um fio! Isto significa que o caminho a Deus é completamente rasgado até ao chão. Não ficou nem um fio! Isto significa que o caminho a Deus é completamente a obra de Deus e que não é possível o homem ser Salvador de si mesmo. A redenção é totalmente a obra de Deus. Efésios 2:8.
              Hoje Cristo está assentado à destra de Deus, proclamando um SERVIÇO COMPLETO QUE NUNCA PRECISA SER REPETIDO. Rom. 6: 9, 10; Heb. 10: 10, 12, 14. Cf. o sistema falso da missa católica que crucifica Jesus de novo. Jesus é nosso representante no céu. Efésios 2: 4 -6. Vamos chegar a Ele com confiança! Heb. 10:19-22; 4:15, 16.
              O véu rasgado foi também um protesto divino contra o formalismo dos judeus. Cf. Isaías 1:11-15; João 4:24. Até os túmulos se abriram, em testemunho do fato de que Jesus é que abriu a saída do túmulo, da morte e do pecado. Aleluia!

XIV – O LUGAR SANTÍSSIMO
 A morada de Deus! Tipo do céu onde Deus habita. Heb. 9:24; 10:19.
 Também tipo de Jesus em Quem habitava a plenitude da divindade. Col. 1: 19;
João 14: 6; 1:14.
 Lugar de esplendor
    O ouro das tábuas, as figuras dos querubins no véu e Na cortina que formava o teto, a glória “Shekinah” entre os querubins por cima da arca. Tudo isto falava de Jesus a glória de Deus.
 O progresso
Notemos o progresso desde a entrada do pátio, comparando-se com o progresso da vida cristã. Prov. 4:18. Ao altar de cobre julgou-se o pecado; a pia efetuou-se a purificação; o Lugar Santo proveu Luz e alimentação e comunhão. O Lugar Santíssimo proveu a glória do Rei!
Cf. Sal. 43:3, quatro. A ordem é esta: altar de Madeira e pia de cobre, propiciatório de ouro puro.
               No mundo a ordem é o contrário: reino de ouro (Babilônia), reino de prata (medo Pérsia) reino de cobre (Grécia) reino de ferro (Roma) reino de barro e ferro (Anti, cristo).
               Dan. Dois. “Ó profundidade das riquezas da sabedoria e da ciência de Deus! Quão inescrutáveis são os seus juízos e quão impenetráveis os seus caminhos” Rom. 11:33.
XV – A ARCA - Êxodo 25:10-16.
          A arca era uma espécie de caixa de dois cúbitos e meio de comprimento, um cúbito e meio de largura e um cúbito e meio de altura. O material empregado era Madeira de acácia, coberto de ouro.
Símbolo de Jesus
Madeira incorruptível – a natureza humana perfeita de Jesus.
Ouro puro – divindade de Jesus. Dualidade de naturezas, mas, uma só personalidade.
Símbolo do trono de Deus
Manifestava-se Na “Glória Shekinah”. Sal. 99:1. O fundamento do Seu reino era a lei (simbolizada nas tábuas da lei guardadas dentro da Arca). Jesus mandou nas forças da natureza. Doenças, demônios, etc. também sujeitos a Ele.
Um depositário
 Das duas tábuas da Lei.
    Foi chamada a “arca da aliança” porque era o depositário das duas tábuas da lei.
                   Foi feita para a lei. Êx. 25:16. As primeiras tábuas foram quebradas por Moisés porque moralmente já foram quebradas. Quando recebeu as novas tábuas guardou as mesmas imediatamente. Na arca acharam repouso e nunca se quebraram. Dt. 10:1-5. A lei não intencionada para salvar, mas, sim para revelar o pecado. Gál. 2:16; 3:19.
                   A arca Como depositário das tábuas é um tipo de Jesus que perfeitamente guardou a lei no Seu coração. Sal. 40:6-8. Nasceu debaixo da lei. Gál. 4:4. Viveu sempre dentro da vontade do Pai. João 5:30; 6:38; 8:29; 4:34. Por guardar a vontade do Pai. Jesus efetuou a salvação no sacrifício do corpo que tomou sobre Si. Heb. 10: 6, 7, 10.
  2. O pote de maná.
                   Simboliza o Pão vivo que desceu do céu. Êxodo 16:11-15; 33; João 6:48-51. Cf.Apoc. 2:17. O maná “escondido” prometido ao vencedor. Israel sempre considerou o maná Como o fato mais extraordinário do tempo de Moisés.
  3. A vara de Arão que floresceu. Núm. 16:17.
A amêndoa é tipo da ressurreição. A vara cheia de gomos, Flores e fruto maduro simbolizam o sacerdócio vivo e frutífero de Jesus. Heb. 7:24, 25.

A bordadura de ouro
Representa Jesus o Rei, coroado de glória. Nasceu Rei. Mat. 2:2. Declarou-se Rei. João 12:13-15. Oferecido por Pilatos Como Rei. João 19:14. Crucificado mo Rei. Recebido no céu Como Rei. Sal. 110:1. Visto no céu Como Rei. (Leão da tribo de Judá, a tribo real) Apoc. 5:5.
Deus estabelecerá o Seu trono no Monte Sião. Sal. 2:6. Jesus voltará Como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Apoc. 19:16.
Jesus é a entronização de Deus Na humanidade perfeita.
 Quem guardou perfeitamente a lei do Sinai.
 O corpo preparado.
 O pão do céu.
 Sacerdote para sempre.
 Rei dos judeus.
 Rei dos reis.
 Homem imortal.
 Verdadeiro Deus. Aleluia!
Os nomes da Arca
1. Arca do testemunho. Êx. 25:22.
2. Arca da aliança. Núm. 10:33.
 Arca do Senhor Jeová. I Reis 2:26
4. Arca de Deus. I Sam. 3:3.
  5. Arca sagrada. II Crônicas 35:3.
6. Arca da tua Fortaleza. Sal. 132:8
 Arca de Jeová, vosso Deus. Josué 3:5.
Representa a presença e bênção de Deus
1. Guiando o povo. Núm. 10:33.
2. Habitando com o povo.
3. Comunicando com o povo. Êx. 25:22. O lugar de revelação Josué 7:6.
 Dando vitória. Josué 3:3, 4.
A travessia milagrosa do Rio Jordão. Destruição de Jericó. Josué seis.
O propiciatório – Êxodo 25:17-21.
O propiciatório era a Tampa de ouro maciço que foi encaixada Na arca. Nas suas duas extremidades foram formados dois querubins de ouro maciço, da mesma peça. Olhavam ao propiciatório e sua s azas formavam uma cobertura sobre a Luz Shekinah que brilhava entre os querubins. O ouro batido representa os sofrimentos de Jesus. Como também o próprio propiciatório representa Jesus, nosso propiciatório (hilasterion) no grego. Rom. 3:25; I João 2:2; 4:10. Propiciação é a ação ou efeito de tornar propício. A doutrina bíblica da propiciação não é que aplaca um Deus vingativo, mas sim que torna possível para um Deus de amor e justiça, em retidão e de acordo com a Sua própria santidade abençoar o pecador arrependido e crente em Cristo.
              Os querubins representam à supremacia divina sobre poderes naturais. Mat. 28:18. Onipotência. Que descanso para o homem que confia naquele poder. Sal. 57:1; 56:3; 89:9; João 4:6, 10.
              Os querubins de ouro olhavam, não para fora, para ver a perversidade de Israel, mas sim para o propiciatório, espargido com o sangue eu faço expiação. Lev. 16:14, e que segundo o propósito divino, era o lugar de encontro Dele com o representante do povo (êx. 25:22). Assim o propiciatório é um símbolo de Cristo crucificado: o lugar de encontro entre Deus e os homens. (Dicionário Bíblico de S.E.Mac Nair).
              Como o Sumo sacerdote aspergiu o sangue do sacrifício no propiciatório no Dia da Expiação (Lev. 16:12-14), assim Jesus aspergiu o seu próprio sangue no propiciatório do céu, o trono de Deus, que, do trono de juízo se tornou em trono de graça. Heb. 9:12; II Cor. 5:21; Is. 53:10; Heb. 6:20; 4:14-16; os pecados ficam “cobertos”. Sal. 321. Os querubins olhavam às tábuas da lei através do sangue. Assim Deus nos vê através do sangue do Seu Filho Jesus.
A lei ficou coberta e escondida. A expiação significa “cobrir” no hebraico. Os nossos pecados são cobertos. Gál. 3:13. O juízo ficou suspenso, a sentença anulada, a lei satisfeita e o pecador salvo! Graças a Deus! Rom. 3:25. A graça reina! Heb. 10:19-22. Cf. João 4:22, 23. Ilustração: O publicano e o fariseu. Lucas 18:10-15.
A História da arca
1. A arca e a travessia do rio Jordão. Josué 3:7, 8,15-18. O Jordão é o Rio de juízo. Note: “cidade de Adão”. 3:16. Cristo abriu o caminho da morte de Adão para a vida eterna. (Canaã).
2. A arca e a tomada de Jericó.
    Josué seis: 6,11-20. Cf. Heb. 11:30.
3. A arca é um fracasso. I Sam. Quatro: 5,18-21.
 Depois de 300 anos no tabernáculo. O povo gritou, mas, foi vencido apesar da arca. Causa: pecado de Hofni e Finéias, filhos de Eli. A pureza precede e acompanha o poder. Icabô. I Sam. 4:18-21.
4. A arca de Dagon. I Sm. Cinco.
  Dagon caído diante da arca de Jeová. Prefigura o dia quando toda idolatria terá caído perante o Senhor.
5. A arca e Bet’Semes. I Samuel seis.
    Os desastres que ocasionou aos filisteus. O povo de Bet’Semes olhou para dentro, levantando a Tampa ou propiciatório. Manifestação da ira de Deus. Ministério de morte para eles. Cf. Heb. 10:26, 27; II Cor. 2:16; 5:7. Morreram em conseqüência.
6. A arca e a casa de Obed’Edom. II Sam. 6:1-11.
7. Depositada no Templo de Salomão.
Depois da destruição deste templo não há mais notícia da arca.
XVI – O INCENSÁRIO DE OURO
            O Incensário foi feito de ouro puro. Usado por Arão no dia da expiação no lugar Santíssimo. Lev. 16:12.
               Brasas vivas foram tiradas do altar de sacrifício e colocadas no incensário. O incenso foi queimado por Este fogo perante o Senhor. O incenso é tipo da oração. Arão tipifica Jesus, nosso Sumo’Sacerdote que apresenta nossas orações e petições, qual incenso, perante o Pai.
XVII – O SUMO SACERDOTE – Êxodo 28:1; Hebreus 7:1-28.
             O profeta revelava, ou agia em lugar de Deus ao homem. O sacerdote revelava ou agia em lugar do homem a Deus.
  A) Definição de Paulo – Hebreus 5:1 e 2.
     1. Dentre os homens
     2. Ordenado a favor dos homens
     3. Oferece sacrifícios e dons pelos homens.
     4. Cheio de compaixão.
                              B) Arão tipo de Cristo
                                   Notemos os contrastes:
                                   1. Tribos diferentes.
     2. Arão segundo o homem mortal. Cristo segundo a vida indissolúvel.
     3. Arão deixou seu sacerdócio à morte. Heb. 7:14. Cristo assumiu seu sacerdóçio à morte. Sal. Dois. Cf. Atos 13:33; Heb. 9:12, 24.
           C) O Serviço de Cristo
     1. Serviço por nós. Morte, oração, expiação, etc.
     2. Nossa justiça. Jer. 23:6; II Cor. 5:21; I João 4:17.
     3. Nosso advogado. I João 2:1. Inclui-se a idéia de defender-nos do “promotor” que nos acusa que é satanás. Cf. Jó 1:6-12; Zac. 3:1-4; Apoc. 12:3, 9,10.
                4. Confessor. I João 1:9, 10.
    5. Nosso intercessor. Heb. 7:25 ora pelos seus. (Veja o cap. Do altar de ouro que fala de incenso).
                6. Nossa vida. Col. 3:4.
                7. Nosso precursor. Heb. 6:20.
                8. Nossa garantia.
  a) De entrar no céu no momento da morte. Fil. 1:23; II Cor. 5:8.
  b) De entrar no céu com o corpo. I Tessalonicenses. 4:16, 17.
  c) De estarmos onde Ele está. João 14:2 e 3; 17:24.
  d) De sermos Como Ele é. I João 3: 2.
    9. Conclusão. Heb. 4:15, 16; I Pedro 2: 5 e 9; Hebreus 13:15.
As vestiduras do Sacerdote
   As vestiduras do sacerdote eram chamadas “sagradas” (Êx. 28:2) e para “glória e formosura”. Eram usadas, não para conforto, mas sim para revelar o caráter e natureza de Jesus Cristo, de quem Arão era tipo. Foram colocadas Na seguinte ordem!
              1. A túnica de linho fino – Êxodo 28:39.
                  A primeira a ser colocada. Feita de linho tecido. Êx. 39:2, sete. Representa a pureza e perfeição e justiça imaculada de Jesus. Cf. Apoc. 19:8. O testemunho concernente a Jesus é universal. Os seguintes opinaram da seguinte forma:
       a) Pilatos
           “Crime algum”. João 18:38; 19:4, seis. “Deste justo” (Almeida) Mateus 27:24.
       b) A esposa de Pilatos
           “Deste justo”. Mateus 27:19.
       c) O ladrão
       d) Herodes
           Nem tão pouco Herodes.
           “Nada tem feito digno de morte”. Lucas 23:13-15.
       e) O centurião
           “Realmente este homem era justo”. Lucas 23:47.
           “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus”. Marcos 15:39.
    
  f) Estevão
           “O justo”.
       g) Pedro
           “O Santo, o Justo”. Atos 3:14. “Ele não cometeu pecado, nem tão pouco foi achado engano Na Sua boca”. I Pedro 2:22.
       h) João
            “Nele não há pecado”. I João 3:5.
       i) Paulo
                 “Aquele que não cometeu pecado (ou não conheceu pecado)”. II Cor. 5:21.  “Tentados em todas as cousas a nossa semelhança, mas sem pecado”. Heb. 4:15.
        j) Os demônios do poço do abismo.
       k) O Espírito Santo.
            Permanência sobre Ele. João 1:32.
       l) Deus Pai. “Este é o meu Filho dileto, em quem me agrado, ouvi-O”. Mat. 17:5; Heb. 1:8-12.
       m) Testemunho de Si próprio.
             “Qual de vós me convence de pecado?” João 8:46.
       n) O mundo geral
               1) Os oficiais de que veio prender-Lo. João 8:46.
“Nunca homem algum falou Como este homem”.
O público. “Ele tudo tem feito bem”. Marcos 7:37.

  2. O cinto de linho fino – Êxodo 39:29.
      Amarrado sobre a túnica de linho. O cinto simboliza serviço. Lucas 17:8; Is. 22:21. Representa Jesus o Servo. Deus acerca Dele disse: “Meu servo”. Is. 42:1. Paulo disse que Jesus tomou a forma de servo. Fil. 2:6, 7; Mat. 20:28; Lucas 22:27. A vida de Jesus era a vida de servo. Marcos 1:37. Anunciou-se com o “Enviado” (em servo). Cf. João 9:7. Em João 13:1-14 vemos Jesus cingido com a toalha, lavando os pés dos discípulos, demonstrando que veio servir à humanidade, lavar os defeitos dela encontrados pelo contacto com a “poeira” deste mundo (seus atos) pensamentos e palavras rebeldes contra a vontade de Deus. O Crente deve tomar a sua posição de servo Como Cristo o deixou exemplo e servir ao seu próximo. Versículos 14, 15.
   3. O manto do Éfod
       O Manto foi feito de estofo azul de uma só cor, azul. Era uma só peça de cima a baixo. Em cima havia uma abertura para a cabeça, dobrada de forma que não podia ser rompida.
      a) Símbolo de posição caráter e ofício
Juízo. Jô 29:14. Zelo. Isaías 59:17. Justiça. Isaías 61:10.
            Sendo o manto especialmente a vestimenta do sacerdócio e sendo Jesus o nosso grande Sumo Sacerdote, o manto simboliza o Seu ofício e o seu caráter perfeito.
       b) A cor azul - representa Jesus o Homem celestial, vindo do céu Ele falou do céu, levantou os olhos ao céu, representou o céu, andou para o céu, o céu sempre em seus pensamentos.
       Note o contraste com o primeiro Adão que era “terreno”. I Cor. 15:45-49. Aqui Jesus não tinha bens terrenos, nem possessões, tesouros, etc. Foi a encarnação da graça. A cor azul bem simboliza a graça. Salmos 45:2. Dos Seus lábios saiu o “bálsamo de Gilead”. “Com Ele veio a graça e a verdade”. João 1:17. Com razão usamos a saudação “a graça de nosso Senhor Jesus Cristo”. O azul fala de distância do céu, e da sua eternidade, de que falou. Cf. Miquéias 5:2.
      c) As campainhas de ouro nas orlas.
            Representam o falar, o testemunho e as palavras de Jesus. João 7:46.
            Quando o sumo sacerdote entrou no lugar santíssimo ouvia-se no lado de fora o som alegre das campainhas de ouro. Da mesma forma quando Jesus entrou no céu Como o Sumo Sacerdote ouviu-se um “som alegre” (um “eco” diz no geriu – Atos 2:2) no cenáculo onde os discípulos foram batizados com o Espírito Santo. Atos 2:32-36. No pleno sentido do Seu ministério as campainhas representam os frutos do Espírito Santo. (Gálatas 5:22-24) Que se manifestaram em igual número. Tanto dons Como frutos são evidências do ministério eficaz de Jesus no céu a favor da Igreja. Deve haver um balanço entre os dons, e os frutos (I Cor. 13) Como havia no manto uma campainha e uma romã. Os frutos do Espírito Santo devem acompanhar os nossos frutos.
   4. O EFOD
                    Era a vestimenta exterior, SEM manga. Uma espécie de colete, descendo a baixo da cintura. Era feito de duas peças, de frente e das costas. Estas duas peças eram ligadas aos ombros com dois botões de onicha. Em cada uma destas pedras estavam escritos os nomes de seis tribos de Israel. A cintura havia um cinto “primorosamente” tecido, feito de ouro, estofo azul, púrpura, escarlata e linho “fino retorcido”, o estofo azul, púrpura e escarlata. Era uma vestimenta reluzente e gloriosa. O ouro, Como nas demais peças do Tabernáculo representam a natureza divina de Jesus e o linho a natureza humana. Eram duas naturezas, mas um só efod (uma só personalidade). A distinção se conservava em todo o efod. Nos Evangelhos vemos Jesus o homem, com corpo, sofrendo fome, cansaço, tristeza, etc., mas também o Filho de Deus, o grande “Eu Sou”, operando milagres, levantando os mortos, mandando nas forças da natureza (gravitação, densidade, moção, etc.), nos animais, etc. Não se podem separar as duas naturezas de Jesus SEM destruir o Efod. Claramente a revelação divina da Bíblia é Jesus – o Deus Homem!
                  As duas pedras preciosas de onicha nos ombros, em que foram escritos os nomes das doze tribos, representam à força do ministério de Jesus, nosso Sumo Sacerdote. O ombro é símbolo de poder. O bom Pastor leva a ovelha desgarrada no ombro. Lucas 15:3-7; Cf. Isaías 26:4; 9:6; João 17. Jesus leva-nos nos Seus ombros perante o Pai. Judas 24.
         5. O Peitoral
               O peitoral era ligado no Efod. Era uma espécie de Saco feito dos mesmos materiais, ouro, púrpura, escarlata e linho fino. Na frente havia doze pedras, de quatro fileiras três em cada fileira. Em cada pedra foi gravado o nome de “Urim e Tumim”, significam “luzes e perfeições”. Por consultar Estes o sacerdote podia determinar a vontade de Deus. O peitoral foi colocado Na frente do Efod, seguro por correntes de ouro que pareciam Como cordas. Ligava-se nas pedras nos ombros. Na parte inferior, nas pontas, havia duas argolas onde uma fita azul ligava o peitoral com outras duas argolas de ouro no próprio Efod, um pouco acima do cinto “primorosamente tecido”. O peitoral era quadrado, de um palmo de cada lado. A mensagem do peitoral é que Jesus, nosso Sumo Sacerdote, leva o Seu povo ao seu coração, Como Arão levava individualmente os nomes das 12 tribos. Gál. 3:3; Heb. 2:14; Ef. 2:6. O trabalho sacerdotal de Cristo não é formalista, mas’ sim amoroso e sincero. Ele realmente ama Seu povo, intercedendo por Ele com alegria. Judas 24. Os nomes das tribos nas duas pedras nos ombros vieram na ordem do seu nascimento, mas os nomes no peitoral vieram na ordem da sua posição no acampamento em marcha (ou na marcha). As pedras nos ombros eram de igual valor, as do peitoral de valor diverso. Estes fatos sugerem a verdade que por nascimento a regeneração, é todos iguais perante Jesus. Gál. 3:26, todos resgatados com o mesmo sangue. Todos somos pedras preciosas para Ele. Ml. 3:17 (No inglês diz no dia em que faço as minhas jóias) Cf. I Cor. 6:20. Mas havia pedras mais perto e outras mais longe do coração de Arão. Assim há discípulos de Jesus mais chegados ou mais afastados de Jesus. Jesus teve os 70 (ou 72 – outras traduções), os 12, e entre os 12 os três especiais. Pedro, Tiago, João, e entre estes, João, o “discípulo que Jesus amava” – que descansava no Seu peito. João 20:20. Paulo foi outro apóstolo que era muito íntimo com Cristo. Fil. 3:3, 10; II Cor. 5:9. É claro que há diferença entre crentes. Alguns são mais agradáveis ao Senhor, dependendo da sua vida, do seu amor, e do seu serviço. Gálatas5: 25; Colossenses 3:1-3.
A glória das pedras representa a glória de Jesus. João 17:22, o Urim e Tumim que se colocava no peitoral (Lev. 8:8) eram usados pelo Sumo’sacerdote para saber a vontade de Deus e assim tornou-se o conselheiro do povo em tempos de perplexidade, por exemplo: quando precisavam decidir casos de inocência ou culpa, etc. Embora que pouco sabemos do seu verdadeiro USO em tempos posteriores, compreendemos que, Como os demais artigos do sacerdócio arônico, eles representam a direção divina do Espírito Santo. O Urim e Tumim desapareceram, mas o Espírito Santo permanece conosco para sempre. João 14:16; I Cor. 2:10.
6. A MITRA
A palavra “mitra” vem do hebraico e significa “enrolar”. O linho fino da mitra foi enrolado ao redor da cabeça de Arão em forma de turbante.
Esta mitra significa a obediência de Jesus a Seu pai. Uma cobertura Na cabeça (no Novo Testamento) significa obediência. I Cor. 11:2-16. Jesus era obediente. Fil. 2:8; Cf. Isaías 42:1. Que contraste forte com o anticristo, que tudo faz segundo a sua própria vontade. Daniel 11:36; II Tess. 2:4. É pela perfeita obediência de Jesus a Seu Pai que o homem recebeu a redenção.
Na parte dianteira da mitra, numa fita azul, foi colocada uma “lâmina de ouro puro”, Na qual foi gravada “Santidade a Jeová”. Êx. 28:36-38. Esta lâmina foi à última peça das vestiduras gloriosas de Arão.                            Estando ele Ali Na presença do Senhor, esta lâmina refletia santidade a Jeová. Ele estava Na presença divina Como a santidade do povo de Deus.
Nisto ele representa Jesus que está Na presença de Deus Como nossa justiça e santidade. II Cor. 5:21. Na sua santidade temos a santidade. Ef. 1:4. Como no Tabernáculo Deus via Israel Como que Na pessoa do Sumo sacerdote, assim Deus nos vê na pessoa do Seu Filho Jesus. I João 4:17.
Resumo do ensino das Vestiduras da “Glória e Formosura”.
  a – Túnica de Linho das Vestiduras de Glória e Formosura “- O Imaculado”.
  b – Cinto de Linho Cinto de Linho – O Servo.
  c – Manto do Efod – O Celestial, Cheio de Graça.
  d – O Efod – O Deus – Homem.
  e – As Pedras nos ombros – Aquele que fortalece e sustenta.
  f – A Mitra – O Obediente.
  g – O peitoral – O Amoroso.
  h – A lâmina de ouro – O Santo.
XVIII – A CONSAGRAÇÃO DOS SACERDOTES
  Neste capítulo 8 de Levítico vemos instalados no sacerdócio Arão e seus filhos.
  A – Arão lavado, junto com seus filhos.
        Aplicada à água por Moisés. Água símbolo da Palavra, a verdade aplicada. Sendo lavados juntos, Arão e seus filhos, significam que os crentes, sacerdotes com Cristo, são unidos com Ele Na santificação. Heb. 2:11. A unidade essencial entre Jesus e Sua Igreja são uma verdade bem declarada no Novo Testamento. João 17:19. Antes de servir no sacerdócio precisamos despir-nos das vestiduras da carne. “Purificai-vos, os que levais os vasos de Jeová”. Isaías 52:11.
  B – Arão consagrado primeiro
         Foi vestido publicamente por Moisés, primeiro no separado. Assim o mundo tem visto em Jesus uma singularidade de pessoa e ministério. Ele é diferente de todos dos demais homens da história, verdadeiro Deus e homem perfeito. Arão foi ungido com óleo Lev. 3:13-17; Lucas 4:18.
  C – Arão e seus filhos santificados pelo sangue.
         1 – Sobre a ponta da orelha direita. Versículo 23
               A orelha representa o ouvir segundo a vontade de Deus. Marcos 4:24; Lucas 8:18. Não temos direito aos nossos ouvidos, mas, devemos consagrá-los ao Senhor. Mat. 3:19; Apoc. 2: 7. Quais sacerdotes são crucificados, ressuscitados e sentados com Jesus. Ef. 2:5-8.
2 – Sobre o dedo polegar da mão direita.
      Representa o nosso serviço que deve ser completamente consagrado ao Senhor. Êxodo 32:29. (Literalmente: enchei as vossas mãos ao Senhor) I Crônicas 29:5; Cf. Êx. 23:15; 34:20; Deut. 16:16.
3 – Sobre o dedo polegar do pé direito
      Representa o nosso andar consagrado ao Senhor. Não podemos ir aonde queremos, mas, sim onde o nosso Senhor nos mandar. I Cor. 6:19, 20.
4 – Consagrados com ofertas pelo pecado, ofertas queimadas e as movidas perante o Senhor. Versículos 22, 25-29 (Lev. 8). Representa o fato que nosso ministério estará sempre intimamente ligado com a morte e a ressurreição de Cristo.
5 – Arão e seus filhos ungidos com óleo – Levítico 8:30.
Tipo da unção do Espírito Santo do dia de Pentecostes. Atos 2; Efésios 1:13, 14; II Coríntios 1:21, 22.
6 – Durante sete Dias permaneceram no tabernáculo, no lugar Santo e comeram o sacrifício. Lev. 8:31-36.
       Nisto temos uma ilustração da separação moral e espiritual da Igreja, tanto individual Como coletivamente. Somos um povo separado.
      a – Pelo propósito eterno de Deus que nos predestinou a salvação.
      b – Pela cruz. Gálatas 6:14
      c – Pelo Evangelho e chamada do Espírito. João 16:8
      d – Pelo ato criativo de Deus, no qual recebemos a vida eterna. Efésios 2:10; II Cor. 5:17; I Cor. 6:17. (Nesta última referência note que o crente é unido com o Senhor; o descrente não é unido ao Senhor. É tão distinto Como o oriente do ocidente. Somos um espírito com Ele).
      e – Pela presença do Espírito Santo. João 14:17.
           Os sete Dias de separação sugerem o rapto da Igreja e o tempo de sete anos que ela passará com Jesus nos céus, Durante o qual a tribulação (Apoc. 6-18) vem sobre o mundo. I Tess. 4:13-17. Nos céus a Igreja gozará da festa das bodas do Cordeiro. Apoc. 19:7, e oito.
7 – No oitavo dia Arão e seus filhos saíram. Lev. 9:1-4.
      “Hoje Jeová vos aparecerá!” Versículo quatro. Depois que o sacrifício foi oferecido e Arão e seus filhos saíram do Tabernáculo vestidos em suas vestimentas sacerdotais e reais, abençoaram o povo e a glória do Senhor apareceu a eles e a todo o povo.
      Desceu fogo do céu e consumiu o sacrifício. Lev. 9:23. O povo diante desta manifestação da presença divina prostrou-se e jubilou-se no Senhor. Esta cena nos sugere outra cena, a de Apoc. 19, onde Jesus e Sua Igreja, todos vestidos em roupa resplandecente saem do Tabernáculo Celestial para vingar-se do seu usurpador, o anticristo e os que o seguem.
     Então será estabelecido o Seu glorioso reino de Paz e justiça na terra por 1000 anos. Que maravilhosa esperança para os redimidos do Cordeiro! Apoc. 19:11-21; 3:4.



XIX – AS CINCO GRANDES OFERTAS.
           A – O holocausto. Lev. 1:1-17.
                  Holocausto quer dizer “o que ascende ou sobe”, isto é, completamente queimado e que subiu em fumaça. É chamada uma oferta de “suave cheiro” a Jeová, versículo nove. Era um sacrifício oferecido a Deus. Cf. Heb. 9:14. O holocausto figura aquela parte da morte de Jesus em que se vê o Filho de Deus oferecendo-se inteiramente ao Pai. É devoção SEM reserva. Era “Oblatio”, Isto é, adoração, oblação, ou culto.
                  No Calvário vimos Deus virar Seu rosto contra o Filho, e representante do pecado, mas no holocausto nós O vemos cheio de alegria divina em ver SeuFilho entregue completamente à Sua vontade e cheio de amor para com Ele.
                 1 – Animal usado
Boi – tipo de Jesus, o Servo. Is. 52; 13 -15; Fil. 2:5- 8; Heb. 12:2, 3. Força. I Cor. 9:10.
Ovelha – tipo de Jesus Na Sua mansidão. Is. 53:7.
Cabra – tipo de Jesus carregado com as nossas transgressões e enumerado com os transgressores. Is. 53:12; II Cor. 5:21; Atos 8:32-35.
Rolas e pombinhos – tipo da inocência e simplicidade de Jesus. Sua pobreza, etc. II Cor. 8:9; Is. 38:14; 59:11; Mat. 23; 37; Heb. 7:26.
    2 – A oferta precisava ser SEM defeito – Versículo três.
          Tipo da perfeição do Espírito em Jesus. Heb.  9: 14; II Cor. 5: 21.
    3 – Oferta voluntária. Versículo três.
          Jesus ofereceu-se a vir a terra em forma de homem visível, para que morresse e assim efetuasse a salvação do homem para a glória de Deus. Fil. 2:6-8. Esvasiou-se da Sua glória, e tomou corpo humano. Sal. 40:8. Tudo isto era mandamento do Pai. João 10:16-18.
    4 – Colocado em ordem sobre a lenha. Versículo oito.
          Cada detalhe Na morte de Jesus foi previsto e pré arranjado desde a eternidade. Por exemplo: roupa partida entre os soldados, à sorte sobre a túnica, a zombaria, o vinagre, o fel, as palavras, “Meu Deus, meu Deus, por que me desamparastes?” nenhum osso quebrado, coração fisicamente quebrado, enterro no túmulo do rico, etc. Sal. 22:1 e 8, 18; 34:20; 69:32-36.
    5 – A oferta foi esfolada versículo seis e cortada em pedaços.
          O esfolamento revelou os tecidos da carne. Assim as tentações de Jesus revelaram o que havia em Jesus, Sua perfeição, obediência a Deus, etc. Nenhum pecado foi revelado. Podia dizer o que nenhum mortal jamais podia dizer “vem o príncipe do mundo (satanás) ele nada tem em mim”. João 14:30; Cf. João 8:46.

    6 – Os intestinos e pernas da oferta lavada com água. Versículo nove.
          Os intestinos representam os motivos, os impulsos e inspiração da vida. As pernas representam o andar. Sal. 51:6; Jer. 31:33. O motivo de Cristo era agradar a Seu Pai. João 8:29. Seu andar foi sempre governado pela Palavra. Sal. 119:11; 40:8. Por isto Jesus era o perfeito sacrifício que Ele mesmo podia oferecer em holocausto ou oblação na cruz romana. Aleluia!
    7 – A cabeça posta na lenha
          A cabeça representa a inteligência e pensamento de Jesus. Também representa a consagração neste respeito do crente. Col. 3:12; Fil. 4:6,7.
    8 – A gordura representa a saúde e excelência e dons e qualidades. Em Jesus tudo foi consagrado. Nós também devemos consagrar até a “gordura” da nossa vida. Rom. 12:1 e 2.
   9 – As cinzas postas para o oriente ao altar.
         O tabernáculo olhava para o oriente. Assim o pecador, quando simbolicamente estava no Santo dos Santos, na pessoa de Sumo sacerdote, podia dizer, nas palavras do salmista, “Quando dista o Oriente do Ocidente, tanto tem ele apartado de nós as nossas transgressões”. Sal. 103:12.
 10 – Fomos completamente queimadas
         Nada foi comido pelo sacerdote. Foi somente para Deus.
 11 – Aceitação do adorador dependia da aceitação da oferta!
         Foi pessoalmente apresentada, significando que o sacrifício de Jesus deve ser pessoalmente apropriado.
 12 – Imolada à porta do Tabernáculo.
         Publicamente. Da mesma forma o pecador precisa confessar Jesus com a sua boca. Romanos 10:9, 10.
 13 – O ofertante pôs a mão na cabeça do sacrifício.
         Significa transferência de posição.
 14 – O holocausto sempre perante o Senhor.
         O fogo não podia ser apagado. Jesus nosso holocausto está sempre perante Deus.
         Sua consagração nunca cessa.
 15 – Efeitos do holocausto.
         II Crônicas 29:27. Cf. com a vinda de Cristo, os cantos angelicais. Lucas cap. Um e Sal. 24.
B – A Oferta de Manjares. Lev. Dois.
       Esta oferta significa no hebraico um “dom” (no latim “Donatio”). Era oferta SEM sangue e nos apresenta os símbolos da pessoa e caráter de nosso Senhor Jesus Cristo.
      1 – Composto de flor de farinha.
            Bem moído e bem uniforme Na qualidade. Representa a vida de Cristo, bem equilibrado e verdadeiro. “Ele tudo tem feito bem”. Mar. 7:37. Manteve a lei e usou da graça. Cf. ou com os pecadores. Cf. Luc. 4:22. Palavras cheias de graça. Era cheio de graça e de verdade. O homem perfeito “em tudo” – palavra, pensamento e ação! O processo de moer o trigo sugere os sofrimentos de Jesus. Isaías 28: 28; Heb. 2: 10; 4: 15; 5: 8; Salmos 51: 17.
      2 – Ungido com azeite.
            Simboliza o Espírito Santo em Sua vida. Encarnação. Lucas 1:35. Concepção pelo Espírito Santo. Batismo com o Espírito Santo. Mat. 3:17; Atos 10:38; Isaías 61:1; João 1:32. Como o azeite unia as partículas de farinha, assim o Espírito Santo une os membros da Igreja. Efésios 4:3.
     3 – Franquincenso posto sobre o azeite e farinha
           Franquincenso era “branco” e simboliza pureza. Veio da seiva duma árvore e quando queimado dava um perfume agradável. Era esta parte que pertencia ao Senhor. Representa a fragrância da vida de Jesus, especialmente Na relação Dele com o Pai. João 8:29; 4:34. O fogo é a prova. Cf. O jardim de Getsêmani. “Se for possível, passe de mim Este cálix”. “Todavia” - que incenso maravilhoso! Mat. 26:39.
     4 – Temperado com sal = versículo 13.
           O sal conserva da corrupção. Nossa conversação deve levar sal. Col. 4:6. Cf. O exemplo de Jesus: “As palavras que eu vos tenho dito, são espírito e é vida”. João 6:63; Cf. Mat. 12: 36, 37; Judas 14 e 15; Col. 3:16.
     5 – Fermentos Proibidos
           Fermento simboliza o que é mau e corrupto e falso. Cousas da carne. Mat. 16:5-11. Doutrina dos escribas e fariseus. I Cor. 5:6. Imoralidade. Cf. Col. 3: 5-9. A ausência de fermento indica que Cristo no pão asmo da Páscoa. Êx. 12.
     6 – Mel Proibido
          O Mel representa o que tem doçura natural. O pecado tem uma “doçura” ou prazer natural que não podemos negar. Mas, é de pouca duração. Cf. Moisés. Heb. 11: 24-26. Jesus foi oferecido o “mel” quando o povo queria aclamar-Lo rei (João 6:15) e quando satanás usou de Pedro para sugerir outro caminho do Calvário. Mat. 16:22. O crente precisa ter cuidado dos aplausos do mundo (Luc. 6:26), e do “ego” e amor puramente natural. Mat. 10:37; Mar. 3: 32 e 33; João 2:4; sete: 1 - 6. O Mel, mais cedo ou mais tarde azedo.
     7 – Ofertas queimadas
           SEM o fogo a oferta teria permanecido apenas uma Massa. Heb. 12:29; Cf. Malaquias três: 3, 4; I Pedro quatro: 12, 13.
     8 – Comida pelos sacerdotes. Levítico seis: 14-16.
           Depois de oferecer um punhado a Jeová, Como oferta memorial versículo dois o resto foi comido pelo sacerdote. Isto figura a Igreja se alimentando de Cristo, o Pão da vida. João seis: 51-57.
C – A Oferta Pacífica. Levítico três; sete: 28-34.
       A oferta pacífica era uma expressão de gozo e gratidão da parte daqueles que estavam em comunhão com Deus. Não era oferta para estabelecer a Paz, mas sim uma oferta oferecida por aqueles que já gozavam esta Paz e amizade com Deus. Era figura da Paz por Jesus Cristo, pela qual temos comunhão com o Pai. Esta comunhão custou o sangue de Jesus. Esta oferta então fala de Jesus Nossa Paz:
Fez Paz. Col. 1:20; Romanos cinco: um, 10, 11;
Proclamou Paz. Efésios dois: 17.
É nossa Paz. Efésios dois: 14.
      1 – A obra de Cristo
Propiciação – a Deus. Romanos três: 25.
Expiação – pecados dos homens expiados.
Reconciliação – Paz entre Deus e o homem. Romanos cinco: 10, 11; II Cor. 5:19; Ef. 2:16. Por sua morte; Cristo trouxe o mundo ao terreno da graça onde Deus podia tratar conosco Na base de misericórdia. Deus é JUSTO E JUSTIFICADOR ao mesmo tempo. A sentença FICA suspensa. I João 1:9; Col. 1:21, 22. A PAZ INDIVIDUAL.             Romanos 5:1; Lucas 2:14 o Coro angelical dos céus de Belém anunciou esta Paz. Por causa do sacrifício de Jesus que acabara de nascer no mundo podiam cantar “Paz na terra entre os homens a quem Ele quer bem”. Cf. João 6:40; 16:33; Miquéias 5:5; Col. 1:10. No Milênio cumprir-se-ão as profecias de Paz entre as nações (Joel três: nove e10) quando Jesus, O Príncipe de Paz (Isaías 9:6) tiver voltado com a Sua Igreja. Apoc. 19: 11-16; Salmos 2:9.
O resultado – Comunhão
      Simbolizada no comer do sacrifício. O homem, na pessoa do sacerdote, comeu a do peito Lev. 7:31. Lugar de afeição e amor. Cf. Eva feita do lado de Adão.
     João reclinou sua cabeça no peito de Jesus. O sacerdote levava Israel no peitoral Êxodo 28: 12, 29. Precisamos ver o amor de Deus Pai.

Da espádua direita. (O ombro) Lev. 7:32. O lugar de força. Isaías 63:1. Os três hebreus disseram “Nosso Deus... pode livrar-nos” Daniel 3:17. O sacerdote levava Israel nos ombros, nas pedras preciosas. Êxodo 28:11 Paulo orou pelos Efésios. Efésios três: 14-19. Note: “poder e amor”. Cf. Isaías 40:11; Provérbios oito: 14, 17; Deut. 33:12; Jó. 36: cinco.
Deus come.
      1 – A gordura e intestinos, rins e cauda foram queimados no altar. São tipos da vida perfeita de Jesus que Deus se agradou.
     2 – Queimado precisava de fogo, tipo do sofrimento de Cristo.
  3 – Quem não podia comer
 O leproso – tipo do pecado aberto. Lev. 22:4; Sal. 66:18.
 Qualquer imundo – tipos dos que caem em pecado por descuidado e tentação. Depois que o sol entrar podia comer. No crepúsculo. Assim diminuindo a comunhão com Deus. Lev. 22:7.
 O estrangeiro. Lev. 22:10; Efésios dois: 12, 19.
 O peregrino. Lev. 22:10; I João 2:19.
 O servo.  Lev. 22:10; João 15:15. O pródigo conhecia a diferença entre o filho e o servo. Foi feito em filho.
D – A oferta Pelo Pecado
       A oferta pelo pecado trata o que é o homem, isto é, a sua natureza e não só o que faz. O homem é pecador, não porque peca, mas, peca porque é pecador.
      Em relação às outras ofertas já estudadas vemos a diferença. As outras de suave cheiro representam a humanidade perfeita de Jesus oferecida a Deus. Na oferta pelo pecado vemos Jesus tornando-se pecado por nós Como nosso substituto. Vemos Jesus Na Sua morte pecado e pela culpa, embora mencionadas por último em Levítico realmente fossem às primeiras oferecidas.
     1 – Pelo homem, que por natureza é pecador.
          Rom.8: 3; Mat. 15:19; Jer. 17: 9, 10; Heb. 12:24. O homem peca porque tem natureza pecaminosa. Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. Rom. 3:23. Oferta pela ignorância. Muitos não sabem que são pecadores, mas Este fato não os escusa. A diferença entre pecadores está só no grau de pecado.
     2 – Provida a favor de:
Sacerdote. Vers. 3-12.
Toda a congregação.
O príncipe. Vers. 22-26.
A plebe. Vers. 27-35. O caminho para todos uns só.
     3 – A Cerimônia do sacrifício
O ofertante põe a mão sobre a cabeça do animal. Representa identidade e substituição. Jesus nosso Substituto. II Cor. 5:21; I Pedro 3:18.
O animal morto à porta do Tabernáculo, pelo sacerdote. Vers. 4.
O Sacerdote leva o sangue dentro do Tabernáculo, onde molha os dedos no sangue e asperge 7 vezes diante do véu, na presença do Senhor. Vers. 6. Tipifica o restabelecimento de relações entre Deus e o homem. No dia da Expiação (Lev. 16) o sangue foi posto dentro do véu, no Propiciatório.
Os sangues postos nos chifres do altar de incenso, e em dois casos nos cheirem do altar de holocausto. Vers. 7; 4:30. Isto tipifica que o culto e adoração foram restabelecidos.
O resto do sangue derramado à base do altar de holocausto. Vers. 7. Tipo do sangue de Jesus derramado no Calvário. Tipifica a comunhão individual.
A gordura, rins, queimados no altar de holocausto. Vers. 8, 9.
O resto do animal, cabeça, pernas e couro, intestinos e excremento queimados fora do arraial, no lugar das cinzas. Vers. 9-11. Tipo de Jesus que morreu fora de Jerusalém. Lam. 1:13; Sal. 88: 7, 16; Heb. 13:10.
As cinzas do sacrifício carregado pelo vento. Significa que o pecado foi removido. Nós, olhando no Calvário podemos exclamar que nosso pecado foi completamente removido. Foi tudo perdoado e esquecido. Aleluia! Heb. 10:17.



E – A oferta pela culpa. Levítico cinco: 1-6: 7.
       A oferta pela culpa é realmente uma oferta pelo pecado, mas acrescenta o detalhe de restituição a quem contra qual cometeu o pecado. A oferta foi feita por aquele que era culpado nas ousas sagradas, nas relações pessoais, por ignorância, ou de propósito.
      Na oferta pelo pecado vimos sacrifício pela natureza do pecado, na oferta pela culpa vemos sacrifício pelo “pecado da natureza”. Uma trata-se da raiz do pecado e a outra se trata do fruto do pecado.
     1 – Animais usados:
           Foi sempre do gado miúdo ou dois pombinhos. Não havia variação de oferta conforme a posição social, Como Na oferta pelo pecado. Em último caso podia trazer uma oferta de flor de farinha. Vers. 11. Outrossim, o sacrifício sempre morreu, e fazia a restituição, acrescentando ainda a 1/5 parte.
     2 – Ensinos Típicos
           O cristão está sujeito a pecar. I João 2:1; Romanos oito: 7, 8; I João 1:9. Se não confessar isto se torna um câncer no seu coração. Cf. a experiência de Davi com Bat’Seba. Sal. 51: 12, 13.
Jesus Cristo, nosso Sumo Sacerdote, leva a nossa confissão ao Pai. Expiação.
O Pai é fiel e justo.
      Fiel à aliança entre Ele e o Filho. Justo ao sacrifício eterno de Jesus.
Sendo fiel e justo ao Filho, pelo Filho recebe a confissão e purifica o que confessa.
Pecado contra o próximo é contado Como pecado contra Deus. Levítico seis: 1, 2. O pecado de Saulo de Tarso era contra Jesus. Atos 9:5; Cf. I Cor. 12: 26, 27. Todo pecado precisa ser confessado ao Senhor.
F – Restauração
      “Restituirá por inteiro”. Levítico 6:5. Cf. Zaqueu; Lucas 19:8. Jesus é nossa oferta pela culpa. Nele Deus recebe um mundo restaurado e perfeito. Apoc. 21:5; Atos 3:21.
     “Restauração de todas as cousas”.
G – Acréscimo
       O ofertante não só restituiu tudo, mas pagou ainda a 1/5 parte. Levítico 6: 5. Isto simboliza a obra de Jesus, que não somente expiou o pecado Como também conduz “muitos filhos!” “Onde abundou o pecado superabundou à graça!” Rom. 5: 15- 21; Gál. 6: 14; Rom. 11:33- 36.
JRCosta
Ano 2008

 Por que Quatro Evangelhos?


Um Resumo pelo Pastor Eduardo Cadete

Embora a crença na inspiração das Santas Escrituras seja um fato aceito e irrefutável entre os verdadeiros salvos, são poucos os que se preocupam em investigar mais a fundo as belezas e também a própria harmonia existente entre os 66 livros que compõem o Velho e o Novo Testamento.
Cremos que o Velho Testamento contém o Novo e o Novo Testamento revela o Velho. Por isso, nas Escrituras, tudo é importante. Nós não podemos ler ou interpretar as Escrituras como faríamos com qualquer outro livro, pois nenhum livro se assemelha às Escrituras.
A sublimidade das Escrituras com relação á outros livros é incomparável, assim como Jesus Cristo (o homem) o é entre os homens.
Neste estudo, não iremos abordar os quatro evangelhos, mas apenas um, o de Marcos. Creio que será o suficiente para instigar aqueles cristãos desejosos de conhecer melhor a Cristo, e as suas virtudes, a garimparem este terreno repleto de pedras preciosas.
Por que quatro evangelhos? Talvez esta pergunta não tenha ocorrido ainda na mente de muitos, porém, espero que nunca o seja por mera incredulidade. O objetivo peculiar de cada um dos evangelhos é raramente percebido, mesmo por aqueles que já estão familiarizados com o conteúdo de cada um deles.
È verdade que cada um dos quatro evangelhos tem muita coisa em comum, pois cada um deles trata com o mesmo período da história, com os milagres de Cristo, sua morte e ressurreição. Porém, embora os quatro evangelistas tenham muito em comum, cada um tem sua própria peculiaridade, e em observar suas diferenças, nuances, é que conseguimos entender o significado e enxergar escopo, apreciando assim as suas diferenças.
Na leitura cuidadosa dos quatro evangelhos logo fica evidente que nenhum deles contém uma biografia completa do ministério terreno de Cristo. Há períodos de Sua vida (Cristo) que nenhum dos evangelistas professa ter coberto. Após o relato de Seu nascimento, nada mais é dito sobre Ele, até atingir a idade de doze anos, aonde um breve relato é feito por Lucas sobre Sua ida ao templo e a sujeição aos pais (Lucas 2:41-52).
Até mesmo com relação ao Seu ministério público, o que temos são fragmentos, pois os evangelistas selecionaram apenas algumas porções de Seus ensinos e detalham apenas uns poucos milagres. Isto fica claro na declaração de João.
João 21:25, “Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amém.”
Se os evangelhos não são uma Biografia completa de Cristo, o que eles são? A primeira resposta deve ser: Quatro livros inspirados, totalmente inspirados por Deus! Quatro livros escritos por homens movidos pelo Espírito Santo; livros que são verdadeiros e perfeitos.
A segunda resposta seria: Os quatro evangelhos são completos em si mesmos, escritos com distintos propósitos, sendo que tudo o que foi incluído em suas páginas, tanto aquilo que não o foi, fazem parte daquilo para o qual eles foram estritamente subordinados, ou seja, nada de relevante e pertinente ao tema e característica de cada evangelho foi deixado de fora.
Por que Quatro Evangelhos?
Porque um ou dois não seriam suficientes para nos dar uma apresentação perfeita da glória e excelência do Nosso abençoado Senhor.
Os quatro evangelhos retratam a pessoa e a obra de nosso Salvador de uma forma distinta, a fim de ilustrar o propósito de cada evangelista, assim como faríamos se quiséssemos escrever um livro sobre um personagem importante, mas tivéssemos que abordar vários aspectos do seu caráter. Quatro escritores se empenhariam em obter material específico que os ajudassem a detalhar, o mais fiel possível, o caráter deste personagem, ou seja: sua vida doméstica, religiosa, profissional e também seu lazer. Num primeiro momento, isto seria visto como quatro biografias, embora estivéssemos falando do mesmo homem, visto em diferentes áreas do seu relacionamento. Portanto, cada escritor se restringiria a detalhar aquilo que é relevante para sua parte da biografia, por exemplo:os detalhes da vida doméstica não são relevantes para o escritor que detalha a vida profissional, assim como o escritor que detalha seu lazer, obter informações sobre sua vida religiosa.
O exemplo acima serve para ilustrar o que temos nos quatro evangelhos.
Em Mateus, Cristo é apresentado como Filho de Davi, o Rei dos Judeus, e tudo em sua narrativa é centrado nesta verdade. Isto explica porque o primeiro Evangelho começa descrevendo a realeza da genealogia de Cristo, e porque no segundo capítulo é mencionada a vinda dos magos do oriente perguntando: Onde está aquele que é nascido rei dos Judeus? (Mateus 2:1), como também nos capítulos 5 até aos 7, temos o Sermão da Montanha, que na verdade, se trata de um manifesto real, contendo a enunciação das leis do Seu Reino.
Em Marcos, Cristo é retratado como Servo de Jeová, como um que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. Tudo neste segundo evangelho contribui para este tema central e tudo o que não condiz com este tema é excluído. Isto explica a razão de não termos o relato de nenhuma genealogia neste evangelho e porque Cristo já é introduzido no início do seu ministério público (nada nos é dito a respeito de sua vida anterior), e porque há mais milagres (obras de serviço) detalhados aqui do que em outro evangelho.
Em Lucas, Cristo é declarado Filho do Homem, estando ligado, porém contrastado com os filhos dos homens. Tudo em sua narrativa serve para ilustrar isto.
Isto explica porque o terceiro evangelho traça a Sua genealogia de volta a Adão, o primeiro homem (ao invés de Abraão, como em Mateus), porque como homem perfeito Ele é visto freqüentemente em oração, e porque os anjos são vistos ministrando para Ele, ao invés de serem comandados por Ele, como visto em Mateus.
Em João, Cristo é revelado como Filho de Deus, e tudo neste quarto evangelho tem a finalidade de ilustrar e demonstrar este relacionamento divino. Isto explica porque na abertura do primeiro versículo nós somos levados de volta a um ponto antes do tempo se iniciar, onde Cristo é retratado como o Verbo “no Princípio”, com Deus e Ele mesmo sendo expressamente declarado ser Deus. Porque nós temos aqui muitos dos seus títulos, como: O Unigênito do Pai, O Cordeiro de Deus, A Luz do Mundo etc.; Porque nos é dito que a oração deve ser feita em seu nome (João 14:13-14); Porque o Espírito Santo seria enviado pelo Filho tanto quanto pelo Pai (João 14:26, 16:7).
É extraordinário notar que as quatro apresentações de Cristo nos evangelhos foram indicadas de maneira muito específica através do Velho Testamento.
Em Jeremias 23:5 Lemos: Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e agirá sabiamente, e praticará o juízo e a justiça na terra. Este verso cai como uma luva no Evangelho de Mateus.
Em Zacarias 3:8 Lemos: Ouve, pois, Josué, sumo sacerdote, tu e os teus companheiros que se assentam diante de ti, porque são homens portentosos; eis que eu farei vir o meu servo, o RENOVO. Este verso poderia ser o título do segundo Evangelho.
Em Zacarias 6:12 Lemos: E fala-lhe, dizendo:Assim diz o SENHOR dos Exércitos:Eis aqui o homem cujo nome é RENOVO; ele brotará do seu lugar, e edificará o templo do SENHOR. Quão apropriadamente este verso se encaixa com a descrição de Lucas.
Em Isaías 4:2 Lemos: Naquele dia o renovo do SENHOR será cheio de beleza e de glória; e o fruto da terra excelente e formoso para os que escaparem de Israel.
Compare este versículo com João 1:14: E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
Em Êxodo 26:31 e 32 o Véu, composto de quatro cores e sustentado sobre quatro colunas: Depois farás um véu de azul, e púrpura, e carmesim, e de linho fino torcido; com querubins de obra prima se fará. E colocá-lo-ás sobre quatro colunas de madeira de acácia, cobertas de ouro; seus colchetes serão de ouro, sobre quatro bases de prata.
Em Hebreus 10:19 e 20 Lemos: Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne,
Os quatro pilares de madeira recoberta de ouro representam a humanidade e divindade de Cristo, que são perfeitamente retratadas nos Evangelhos.
João 1:14: E o Verbo se fez carne, e habitou (Tabernaculou) entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. Compare Ezequiel 10:9 a 14 – com Apocalipse 4:6-9
Ezequiel 10:9 a 14: Então olhei, e eis quatro rodas junto aos querubins, uma roda junto a um querubim, e outra roda junto a outro querubim; e o aspecto das rodas era como a cor da pedra de berilo. E, quanto ao seu aspecto, as quatro tinham uma mesma semelhança; como se estivesse uma roda no meio de outra roda. Andando estes, andavam para os quatro lados deles; não se viravam quando andavam, mas para o lugar para onde olhava a cabeça, para esse seguiam; não se viravam quando andavam. E todo o seu corpo, as suas costas, as suas mãos, as suas asas e as rodas, as rodas que os quatro tinham, estavam cheias de olhos ao redor. E, quanto às rodas, ouvindo eu, se lhes gritava:Roda! E cada um tinha quatro rostos; o rosto do primeiro era rosto de querubim, e o rosto do segundo, rosto de homem, e do terceiro era rosto de leão, e do quarto, rosto de águia.
Apocalipse 4:6-9: E havia diante do trono como que um mar de vidro, semelhante ao cristal. E no meio do trono, e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos, por diante e por detrás. E o primeiro animal era semelhante a um leão, e o segundo animal semelhante a um bezerro, e tinha o terceiro animal o rosto como de homem, e o quarto animal era semelhante a uma águia voando. E os quatro animais tinham, cada um de per si, seis asas, e ao redor, e por dentro, estavam cheios de olhos; e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo:Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir. E, quando os animais davam glória, e honra, e ações de graças ao que estava assentado sobre o trono, ao que vive para todo o sempre.
Os quatro animais descritos em apocalipse (ou querubins) juntamente com a passagem de Ezequiel, nos descrevem o caráter de Cristo retratado nos quatro Evangelhos. Leão, Bezerro, Rosto como de Homem e Águia.
1. Leão – Rei dos animais – é ideal para retratar a realeza de Cristo, assim como o Evangelho de Mateus, Filho de Davi, Rei dos Judeus – Cristo é chamado de o Leão da Tribo de Judá, a Raiz de Davi (Apoc. 5:5).
2. Bezerro ou Boi Jovem - Este animal representa muito adequadamente a Cristo, assim como Ele é representado no segundo Evangelho. Pois o boi era o principal animal utilizado, pela nação de Israel, no serviço. Assim Cristo se fez servo de Jeová em nosso favor.
3. Rosto de Homem – Este animal corresponde ao terceiro Evangelho onde a humanidade de Cristo está em evidência.
4. Águia Voando – Quão significativo é isto! Os primeiros animais, Leão, Bezerro, Rosto de homem, todos pertencem a terra, assim como os três primeiros evangelhos enfatizam a Cristo no seu relacionamento terreno, mas este quarto querubim, está acima da terra e contemplando os céus. A Águia é um pássaro que se eleva ao ponto mais alto, simbolizando assim o caráter de Cristo descrito no Evangelho de João, como Filho de Deus.
Assim também podemos contemplar a sabedoria de Deus na seleção dos quatro escritores dos evangelhos. Em cada um deles podemos ver a aptidão e peculiaridade para cumprimento adequado de suas tarefas.
Mateus é o único entre os quatro escritores dos Evangelhos que apresenta Cristo em um relacionamento “oficial”, ou seja, como o Messias e Rei de Israel. Ele era o único dos quatro que ocupava uma posição oficial (Mateus 9:9; 10:1-3), pois Lucas era médico e João, pescador. Mateus era um cobrador de impostos trabalhando para os Romanos.
Mateus apresenta Cristo em conexão com o reino, como alguém que possui um título para reinar sobre Israel. Quão apropriado era para aquele que ocupava uma posição oficial, acostumado a olhar para um vasto império, receber esta tarefa. Os Romanos designavam oficiais entre os próprios Judeus, para cobrarem impostos de seus compatriotas, por isso eles eram mais odiados do que os próprios Romanos.
Sendo assim, ele entendia muito bem o que era ser odiado sem causa, desprezado e rejeitado. Finalmente, se Deus apontou este homem, cuja chamada o ligava aos Romanos, temos então uma evidência clara da graça de Deus alcançando aos desprezados gentios.
O Evangelho de Marcos coloca diante de nós o Servo de Jeová, o trabalhador perfeito. O instrumento escolhido para escrever este segundo Evangelho desempenhava uma função que o capacitava para tal tarefa, pois ele não era um apóstolo, mas antes, um servo de um dos apóstolos. II Timóteo 4:11: Só Lucas está comigo. Toma Marcos, e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério. Sendo assim, aquele que retratou nosso Senhor como Servo de Deus, era um que pessoalmente ministrava á outros!
O Evangelho de Lucas trata com a Humanidade de nosso Senhor, apresentando-o como Filho do Homem, relacionado com os homens, porém em profundo contraste com os mesmos.
Este Evangelho é um dos que apresenta o relato mais completo da nascimento virginal de Cristo. Também revela mais completamente do que outros o estado depravado e caído da natureza humana. É o Evangelho mais “internacional” em seu escopo do que os outros três, sendo maiormente dirigido aos Gentios do que aos Judeus.
Observe o quão apropriado foi a escolha de Lucas para escrever este Evangelho. Ele não era pescador e nem cobrador de impostos, mas um médico (Colossenses. 4:14), e como tal, um estudante da natureza humana e um que sabia diagnosticar a estrutura humana. Além de que, há uma boa razão para acreditarmos que Lucas não era Judeu, mas Gentio, apresentando Cristo não como “Filho de Davi”, mas como “Filho do Homem.”
O Evangelho de João apresenta Cristo num caráter mais íntimo que todos os outros, retratando-o num relacionamento Divino, mostrando que Ele era o Filho de Deus. Esta tarefa exigia o chamado de um homem com alto grau de espiritualidade e também que fosse intimo em seu relacionamento com nosso Senhor, alguém dotado de um incomum discernimento espiritual. Certamente João, que estava mais próximo do Salvador do que os outros doze, e era o discípulo amado, foi bem escolhido. Quão apropriado era, para aquele que se reclinava no seio de Jesus, ser o instrumento para retratá-lo como “O Unigênito Filho de Deus”, que está no seio do Pai! Assim, podemos admirar e entender a multiforme sabedoria de Deus em equipar estes quatro Evangelistas neste trabalho tão honroso.
Ao fecharmos esta introdução, mais uma vez voltamos á questão: Porque quatro Evangelhos? Um estudo mais apurado das Escrituras revela o fato de que alguns números terem especial sentido ou significado, como por exemplo:
• 3 = Manifestação
• 4 = Número da terra
• 6 = Número do Homem
• 7 = Perfeição
• 8 = Novo Começo
O número quatro é assim visto pelo fato de:
1. A terra ter quatro pontos cardeais – Norte, Sul, Leste e Oeste
2. Termos quatro estações no ano – Primavera, Verão, Outono e Inverno
3. Serem quatro os elementos da Natureza – Fogo, Água, Terra e Ar
4. Houve quatro Impérios Mundiais – Babilônia, Medos e Persas, Gregos e Romanos
5. As Escrituras dividem os habitantes da terra em quatro classes – tribo, língua, povo, e nação
Apocalipse 5:9: E cantavam um novo cântico, dizendo:Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação.
Na parábola do semeador, Cristo descreve os tipos de terreno em que as sementes caem como sendo quatro tipos de solo.
Lucas 8:4-7: E, ajuntando-se uma grande multidão, e vindo de todas as cidades ter com ele, disse por parábola: Um semeador saiu a semear a sua semente e, quando semeava, caiu alguma junto do caminho, e foi pisada, e as aves do céu a comeram; E outra caiu sobre pedra e, nascida, secou-se, pois que não tinha umidade; E outra caiu entre espinhos e crescendo com ela os espinhos, a sufocaram; E outra caiu em boa terra, e, nascida, produziu fruto, a cento por um. Dizendo ele estas coisas, clamava:Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
O Evangelho de Marcos – Cristo – Servo
Fazemos durante este estudo umas poucas comparações entre Marcos e os outros Evangelhos a fim de percebermos as diferenças já mencionas acima. Façamos então uma Breve comparação entre Mateus e Marcos.
Mateus tem 28 capítulos - Marcos tem 16 capítulos
Mateus contém o relato de muitas Parábolas - Marcos contém o relato de poucas Parábolas
Mateus apresenta Cristo como Filho de Davi - Marcos Apresenta Cristo como Servo Perfeito de Jeová
Mateus foi escrito aos Judeus (Não exclusivamente) - Marcos foi escrito aos servos e trabalhadores cristãos
Mateus mostra a realeza da dignidade e autoridade de Cristo - Marcos mostra sua Mansidão e Servicitude
Coisas Omitidas no Evangelho de Marcos
1. A genealogia de Cristo
2. A concepção Miraculosa de Cristo e Seu nascimento
3. O Sermão do Monte (que retratam um Rei e as leis do seu Reino) – Um servo não tem reino
4. Marcos relata quatro Parábolas, enquanto Mateus quatorze.
Não aparece em Marcos as seguintes Parábolas:
o O senhor assalariando empregados para a sua vinha
o As bodas do Filho do Rei
o A Parábola dos talentos – servo não tem recompensa
5. Não vemos nenhuma ordem de Cristo aos seus anjos, apenas os vemos ministrando á Ele. Marcos 1:13 E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E vivia entre as feras, e os anjos o serviam.
6. Não aparece a expressão “Ai de vós” Mateus 23:13, pois a um servo não convém julgar ou exercer juízo, mas sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor (II Timóteo 2:24).
Por isso em Mateus 21:12-17 vemos Jesus expulsando os cambistas, enquanto Marcos 11:11, não descreve este incidente.
7. Ele (Cristo) não é declarado Rei, salvo de forma indireta.
Em Mateus ele é chamado de Emanuel (Mateus 21:9) - E a multidão que ia adiante, e a que seguia, clamava, dizendo:Hosana ao Filho de Davi; bendito o que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas!
Apenas “uma vez”, no Evangelho de Marcos, Ele é declarado Filho de Davi. Marcos 11:9-10: E aqueles que iam adiante, e os que seguiam, clamavam, dizendo: Hosana, bendito o que vem em nome do Senhor; Bendito o reino do nosso pai Davi, que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas.
Compare:
Mateus 16:28 com Marcos 9:1
Mateus 16:28 - Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino.
Marcos 9:1 - Dizia-lhes também:Em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que não provarão a morte sem que vejam chegado o reino de Deus com poder.
Em Mateus 8:25 Ele é Chamado de Senhor - Em Marcos 4:38 Ele é chamado de Mestre
Em Mateus 16:22 Pedro o repreende, mas o chama de Senhor - Em Marcos 8:32 Pedro o repreende, mas não o chama de Senhor
Em Mateus 26:22 No anúncio da traição aparece a palavra “Senhor” - Em Marcos 14:19 No anúncio da traição não aparece a palavra “Senhor”
8. Seus sofrimentos - Marcos 14:34: E disse-lhes:A minha alma está profundamente triste até a morte; ficai aqui, e vigiai. São poucos os relatos e circunstâncias descritas em Marcos referentes ao Seu sofrimento, pois um servo só tem a Deus á quem recorrer.
Não vemos Pilatos declarando-o inocente. Não vemos a esposa de Pilatos aconselhando-o a não se envolver no julgamento do “Homem Justo”. Mateus 27:19: E, estando ele assentado no tribunal, sua mulher mandou-lhe dizer:Não entres na questão desse justo, porque num sonho muito sofri por causa dele.
Não vemos Judas declarando (Mateus 27:4) que traíra o sangue inocente.
Não vemos as mulheres chorando por Ele no local da execução (Lucas 23:27)
As palavras do ladrão arrependido são omitidas, compare:
Lucas 23:41-42:E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez. E disse a Jesus:Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.
Marcos 15:27-28 - E crucificaram com ele dois salteadores, um à sua direita, e outro à esquerda. E cumprindo-se a escritura que diz:E com os malfeitores foi contado.
As Palavras “Está consumado” – João 19:30 são omitidas, pois um servo não dá o seu trabalho por encerrado! É o seu Senhor quem define a hora que ele deve encerrar o seu trabalho.
Características do Evangelho de Marcos
1- A introdução dos Evangelhos de Mateus, Lucas e João é longa, enquanto no Evangelho de Marcos ela é totalmente diferente.
Mateus relata de Cristo: Sua Genealogia, nascimento, visita e homenagem dos sábios, a fuga para o Egito, Seu Batismo e tentação. Somente entra no ministério público de Cristo a partir do capítulo 14.
Marcos apresenta um breve relato do seu Batismo e tentação, passando a relatar Seu ministério público a partir do versículo 14. Seus trinta anos de vida se passam em silêncio.
Marcos apresenta-o realmente como Servo.
2- Marcos inicia com “Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” – não começa com “Evangelho do Reino”. A palavra evangelho aparece 12 vezes nos quatro evangelhos, sendo que oito delas aparecem somente em Marcos.
Cabe ao servo levar as Boas Novas!! I Coríntios 9:16-19.
3- A palavra “EUTHEOS" (Logo, imediatamente) é mencionada freqüentemente, demonstrando sua prontidão e urgência em servir e cumprir sua missão.
Marcos 1:10, 12, 19 a 21, 29, 31, 43 – Ele estava ocupado com os negócios de seu Pai.
Efésios 5:15-17; Colossenses 4:6.
4- Também vemos com freqüência a palavra “E” (Kai): Capítulos 2, 3, 4, e 5 – Uma conjunção que liga as partes de um discurso. Seu serviço era completo, perfeito e sem interrupções. Mostra a continuidade do seu trabalho. Não se cansava de fazer o bem. Servia a tempo e fora de tempo. II Timóteo 4:1-5, Hebreus 13:16, Tiago 4:17, Tito 3:14, Gálatas 6:9-10.
5- Marcos relata mais milagres do que Mateus, pois serviço consiste mais em obras do que em discurso.
A primeira Parábola é a do Semeador. Marcos 4:3-20 - Salvador indo adiante com a Palavra.
A segunda Parábola é a da Semente que é lançada, cresce e é colhido então seu fruto. Marcos 4:26-29.
A terceira Parábola é a do Grão de Mostarda. Marcos 4:30-32.
A quarta Parábola é a dos Vinhateiros que maltratam os servos do Senhor da vinha e acabam por matar seu filho.
Todas falam de servir! As três primeiras mostram o trabalho e serviço de semear, enquanto a última, o de colher.
6- No Evangelho de Marcos as mãos de Cristo são frequentemente mencionadas, retratando Seu serviço. Marcos 1:31,41; 5:41; 7:32; 8:22-25; 9:27; João 10:28. Mostra que os Salvos estão em Suas mãos
7- Marcos também menciona “os olhos” do Servo Perfeito - Sempre atentos! Marcos 3:5, 34-35; 8:33; 10:21; 11:11 ---- Provérbios 29:7
A Maneira como Cristo Servia
1. Sem nenhuma ostentação - Marcos 1:36-38. Não desejava ser um ídolo popular. Quando somos bem recebidos e nós tornamos o centro das atenções, desejamos permanecer ali.
Marcos 1:37-38 - “Todos te buscavam” - Cristo Responde:Vamos às aldeias vizinhas. Vs 44 - Não digas nada a ninguém. João 5:41 - Eu não recebo glória dos homens.
Quando começamos a receber “honra” pelo que Deus tem feito através de nós, talvez seja tempo de sairmos ou mudarmos para outro lugar. Por isso vemos Cristo nas casas, ou de casa em casa. Marcos 1:45; 3:20; 7:17- 36; 8:26; 9:28- 33. O servo não se exalta pelo que faz!
2- Cristo servia com grande compaixão.
A. Compare Marcos 1:30-31 com Lucas 4:38-39 (Sogra de Pedro). E chegando-se a ela, tomou-a pela mão e levantou-a.
B- Compare Marcos 9:27 com Lucas 9:42 (Menino Possesso). Tomando-o pela mão, o ergueu.
C- Compare Marcos 9:36 e 10:13-16 com Mateus 18:2 e 19:13-15 (Criança). Tomando-o nos seus braços.
3- Cristo enfrentou Grande Oposição. Marcos 2:6-7; 16; 24 - 3:2; 6; 22 - 5:17; 40 - 6:3; 5 - 7:1-2 - 8:11 - 10:2 - 11:18; 27-28 - 12:13; 18; 28 - 14:1.
Os servos de Cristo também encontrarão oposição. É um sinal de que estão trabalhando!
4. Cristo serviu com muito Sacrifício. Marcos 3:20 - 4:35-38 - 6:31 - Atos 20:24
5. Cristo serviu de uma maneira Organizada. Marcos 6:7, 39-40. I Coríntios 14:33
6. Cristo serviu com Prontidão de Amor. Marcos 1:41 - 6:34 - 8:1 - 10:21
7. O Serviço de Cristo era precedido de Oração. Marcos 1:35
Marcos 16:20 - Últimas palavras sobre o servo: Cooperando - I Cor. 15:58
Nota: Extraído do Livro “Why Four Gospels” A.W.Pink

Autor: Pr Eduardo Alves Cadete

Bíblia e a Trindade

 

Ensina a Bíblia realmente que Deus é uma Trindade?


O batismo cristão ordenado por Cristo na Grande Comissão (Mt 28.19) deve ser efetuado “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. Observe que o texto diz “nome” e não “nomes”. A idéia é que o nome de Deus é Pai-Filho-Espírito Santo. E verdade que o termo Trindade não se encontra no texto hebraico nem no grego, na Bíblia; e tampouco aparecem termos como “soteríologia” — no entanto, existe na teologia sistemática a doutrina da salvação, também se encontra a da “hamartologia”, a da “transcendência” e “imanência”, ou a da “preexistência” de Cristo, ou a “cristologia”. Poucas pessoas que discutem os ensinos bíblicos levantam uma bandeira vermelha e objetam contra o uso de tais termos, quando estudam a natureza das graciosas obras de Deus. Tais designações servem como rótulos convenientes, didáticos, para conceitos ou ensinos complexos a respeito de assuntos intimamente relacionados. E impossível discutir teologia como disciplina sistemática, filosófica, sem se usar esses termos técnicos. Nenhum deles se encontra na Bíblia, disso temos certeza. No entanto, todos eles formam um complexo grandioso de conceitos coerentes, organizados, que são ensinados nas Escrituras. Portanto, devemos rejeitar como irrelevante a objeção de que a palavra precisa, “Trindade”, não se encontra na Bíblia.

No entanto, aventuramo-nos a insistir em que alguns dos ensinos básicos e fundamentais a respeito de Deus tornam-se praticamente incompreensíveis, sem que tenhamos uma boa compreensão da doutrina da Trindade.

Em primeiro lugar, vamos definir com clareza o que significa “Trindade”. Esse termo implica que o Senhor é uma unidade que subsiste em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo — sendo os três um só Deus. Que Deus é uno tanto o Antigo como o Novo Testamento o asseveram: Deuteronômio 6.4: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor”; Marcos 12.29: “Respondeu Jesus: o principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor!”; Efésios 4:6: “[Há] um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos”. Vemos aqui afirmações claras, inequívocas de monoteísmo:

Deus é um só

Não há outros deuses além dele. Isaías 45.22 menciona Deus dizendo: “Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro”. Ou ainda Salmos 96.4,5: “Porque grande é o Senhor e mui digno de ser louvado, temível mais que todos os deuses. Porque todos os deuses dos povos não passam de ídolos [hebr. ‘elilim tem conotação de ‘fraco, sem valor’]; o Senhor, porém, fez os céus”. Isso se torna muito explícito em l Coríntios 8.5,6: “Porque, ainda que há também alguns que se chamem deuses, quer no céu ou sobre a terra, como há muitos deuses e muitos senhores, todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as cousas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as cousas, e nós também, por ele”.

Mas, a Bíblia também ensina que Deus não é uma mônada estéril, mas existe eternamente em três pessoas.

Isso fica implícito no registro da criação, em Gênesis 1.1-3: “No princípio, criou [bãrã; verbo no singular, não no plural bãre’û] Deus [’elohim, plural na forma, tendo o final im; esse plural para ‘Deus’ provavelmente é um ‘plural majestático’; entretanto, compare-se Gênesis 1.26,27, que discutimos abaixo] os céus e a terra. A terra, porém, estava sem forma e vazia... e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas [mostrando o envolvimento da terceira Pessoa na obra da criação]. Disse Deus [’elóhîm]: Haja luz; e houve luz”. Temos aqui Deus falando como a Palavra Criativa, o Verbo (Jo 1.3), que é a segunda Pessoa da Trindade.
Diz a Bíblia que cada pessoa da Trindade tem uma função especial, tanto na obra da criação como na da redenção.

O Pai é a Fonte de todas as coisas (1 Coríntios 8.6) “... pelo qual são todas as coisas”). Ele é aquele que planejou e ordenou a redenção. “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). A encarnação foi o cumprimento de seu decreto previamente anunciado em Salmos 2.7: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei”. Ele também deu-nos o Messias como expiação pelos nossos pecados (Is 53.6, 10). De maneira semelhante, ele concedeu o Espírito Santo a seu povo (At 2.18; Ef 1.17). Ele derramou a salvação sobre os redimidos (Ef 2.8,9), pela fé, que também é dom de Deus. E a seu Filho entregou a Igreja (Jo 6.37).

Quanto a Deus, o Filho, foi por meio dele que toda a obra da criação se realizou (Jo 1.3; lCo 8.6); significa que ele era também o Senhor Deus, ao qual se refere o salmo 90, o Criador que fez as montanhas, as colinas e toda a Terra. Ele é também o Sustentador e Preservador do universo material que ele criou (Hb 1.2,3). No entanto, ele também é o Deus que se tornou “carne” (Jo 1.18), isto é, um verdadeiro ser humano —sem deixar de ser divino, a fim de explicar (“exegete”) Deus à humanidade. Ele era a Luz que veio ao mundo para salvar os homens do poder das trevas (Jo 1.9; 8.12) por meio de sua perfeita obediência à lei e sua morte expiatória na cruz (Hb 1.3). Ele é também aquele que venceu o poder da morte, e, como o Salvador ressurreto, estabeleceu sua Igreja e comissionoua como seu templo vivo, seu corpo e sua noiva.

O Espírito Santo é aquela pessoa da Trindade que inspirou a redação das Escrituras (lCo 2.13; 2Pe 1.21), e manifesta o Evangelho aos redimidos de Deus (Jo 16.14). Ele comunica os benefícios do Calvário a todos quantos verdadeiramente crêem e receberam Cristo como Senhor e Salvador (Jo 1. 12,13); e Ele penetra em suas almas a fim de santificar seus corpos como templos vivos de Deus (lCo 3.16; 6.19), depois de terem nascido de novo pela sua graça transformadora (Jo 3.5,6). A seguir, ele ensina aos crentes as palavras de Cristo, de modo que possam entendê-las e crer nelas (Jo 14.26; lCo 2.10), e dá testemunho de Jesus tanto por sinais externos como por convicção interna (Jo 15.26; At 2.33,38,43). Ele santifica e congrega os membros de Cristo num organismo vivo, que é o verdadeiro templo do Espírito Santo (Ef 2.18-22) e concede a cada membro dons especiais da graça e do poder (charismata) mediante os quais possam enriquecer e for talecer a Igreja como um todo (lCo 12.7-11).

O NT afirma reiterada e claramente que Jesus Cristo é Deus encarnado. Ele veio como o Verbo criador, que também é Deus (Jo 1.1-3). De fato Ele é “o Deus unigênito” (Jo 1.18; segundo os manuscritos mais antigos, os melhores, essa era a redação original) em vez de “único Filho gerado”. Em João 20.28, a afirmação de Tomé, que deixara de ser incrédulo, “Senhor meu e Deus meu foi aceita por Cristo como sua verdadeira identidade; assim comentou o Senhor: “Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram”. Creram em quê? Acreditaram naquilo que Tomé acabara de reconhecer, que Cristo é Senhor e Deus!

Nas cartas de Paulo e nas epístolas gerais, encontramos outras afirmações claras sobre a deidade de Cristo:

1. Falando dos israelitas, assim diz Paulo: “... deles são os patriarcas, e também deles [ón, o particípio realmente exige essa tradução; ho ón (‘ele é’) tem de ser uma construção modificadora de ho Christos, como seu antecedente] descende o Cristo, segundo a carne [i.e., do ponto de vista físico], o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém” (Rm 9.5).

2. Em Tito 2.13, Paulo diz: “aguardando a bendita esperança e a manifestação [epiphaneia noutras passagens só se refere ao surgimento de Cristo, nunca de Deus Pai] da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus

3. Hebreus 1.8 cita Salmos 45.6,7 como prova da divindade de Cristo, ensinada no AT: “mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre” [o hebraico usa ‘elóhim aqui].

4. Hebreus 1.10,11 cita Salmos 102.25,26, declarando: “Em tempos remotos, Senhor [o salmo todo dirige-se a Iavé, pelo que o autor insere o vocativo Senhor aqui, partindo de um contexto anterior], lançaste os fundamentos da terra; e os céus são obras das tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permaneces”. Aqui Cristo é mencionado como o Deus que sempre existiu, até mesmo antes da criação, que viverá para sempre, até mesmo depois de os céus terem cessado de existir.

5. Em l João 5.20, esse apóstolo diz: “... estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este [lit., esta pessoa] é o verdadeiro Deus e a vida eterna”.

No que concerne às passagens do AT, os seguintes fatos relacionam-se à Trindade:

1. Gênesis 1.26 cita Deus (‘elóhim) que diz: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...”. Essa primeira pessoa dificilmente pode ser um plural editorial ou real, referente a uma única pessoa, a que fala, visto que tal uso não se verifica em parte alguma do hebraico bíblico. Portanto, precisamos enfrentar a pergunta:

Quem são as pessoas incluídas em “façamos nos” e em “nossa”. Dificilmente incluiríamos os anjos, que estariam sendo consultados, pois em parte alguma se diz que o homem foi criado à imagem deles; só de Deus. O v. 27 afirma: “Criou Deus [’elóhim], pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; o homem e a mulher os criou”, O Senhor — o mesmo Deus que falou de si mesmo no plural— declara agora que criou o homem à sua imagem. Em outras palavras, o plural equivale ao singular. Só podemos entender isto em termos da natureza trinitária de Deus. O verdadeiro Deus subsiste em três pessoas, as quais são capazes de discutir entre si e executar seus planos, pondo-os em ação, juntos — sem deixarem de ser um único Deus.

Para nós, que fomos criados à imagem de Deus, essa doutrina não deveria ser difícil de entender. Existe um sentido muito bem definido em que temos uma natureza tríplice, ou trinitária. I Tessalonicenses 5.23 indica-o com clareza: “O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (grifo do autor). Com freqüência, encontramo-nos engajados em debate entre nosso espírito, alma e corpo, quando enfrentamos uma decisão moral, uma escolha entre a vontade de Deus e o desejo de nossa natureza carnal, que busca o prazer egoísta.

2. Salmos 33.6 diz: “Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro [rûah, Espírito] de sua boca, o exército deles”. Aqui de novo temos o mesmo envolvimento das três pessoas da Trindade na obra da criação: o Pai decreta, o Filho, sendo o Verbo, executa o decreto do Pai, e o Espírito concede a dinâmica vital ao processo.

3. Salmos 45.6 já foi citado em conexão com Hebreus 1.8: “O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; cetro de eqüidade é o cetro do teu reino”. Mas 45.7 traz uma referência a um Deus que abençoara ao Verbo que é o perfeito Rei: “Amas a justiça e odeias a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de alegria, como a nenhum dos teus companheiros”. O conceito de Deus abençoando Deus só pode ser entendido em um sentido trinitário. Um conceito de Deus unitário torna essa passagem ininteligível.

4. Isaías 48.16 mostra as três pessoas em ação, na obra da revelação redentora: “Chegai-vos a mim e ouvi isto: não falei em segredo desde o princípio; desde o tempo em que isso vem acontecendo [i.e., o livramento do povo de Deus dos grilhões e da escravidão], tenho estado lá. Agora, o Senhor Deus me enviou a mim e o seu Espírito”. Temos aqui o Deus-homem Redentor falando (o que se descreveu a si mesmo no v. 12 dizendo: “sou o primeiro e também o último”, e no v. 13, assim: “... a minha mão fundou a terra, e a minha destra estendeu os céus...” Agora ele diz, no v. 16: “... o Senhor Deus me enviou a mim e o seu Espírito (que nesse caso se refere a Deus, o Filho, e a Deus, o Espírito, a terceira Pessoa da Trindade). E possível que “e o seu Espírito” possa ligar-se a “me”, como objeto direto de “enviou”, mas no contexto do original hebraico, a impressão é que “seu Espírito” (rüah, Espírito) está ligado a ‘adonay YHWH (“Senhor Iavé), como mais um sujeito, em vez de um objeto. Seja como for, a terceira Pessoa torna-se distinta da primeira e da segunda, nesses versículos. Além dos exemplos mencionados acima, de versículos do AT que não fazem sentido a não ser que se admita a natureza trinitária de Deus, do Senhor triúno, existem múltiplos exemplos da atividade do “Anjo de Iavé” que se iguala ao próprio Deus. Consideremos as seguintes passagens:

1. Gênesis 22.11 descreve o momento dramático da experiência de Abraão no monte Moriá, quando estava prestes a sacrificar seu filho Isaque: “Mas do céu lhe bradou o Anjo do Senhor:Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui”. O versículo seguinte prossegue, igualando esse ser celestial ao próprio Deus: “...agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho”. Depois, nos v. 16 e 17,0 anjo declara: “Jurei, por mim mesmo, diz o Senhor, porquanto fizeste isso e não me negaste o teu único filho, que deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a tua descendência...”. Fica bem claro que o anjo de Iavé aqui é o próprio Deus. “Iavé” é o nome de aliança do Deus Triuno, e o seu anjo também é o próprio Deus. Em outras palavras, podemos identificar o anjo de Iavé em passagens como essa, como sendo a pré-encarnação do Redentor, Deus o Filho, já engajado na obra redentora e mediadora, antes ainda de tornar-se um homem, filho da virgem Maria.

2. Em Gênesis 31.11,13 observamos o mesmo fenômeno; o anjo de Deus na verdade é o próprio Deus: “E o Anjo de Deus me disse em sonho: Jacó! Eu respondi: Eis-me aqui [...] Eu sou o Deus de Betel, onde ungiste uma coluna...”.

3. Êxodo 3:2 declara: “Apareceulhe o Anjo do Senhor numa chama de fogo, no meio duma sarça...”. Depois, no v. 4, lemos: “Vendo o Senhor que ele se voltava para ver, Deus, do meio da sarça...”. A identificação completa nós a temos no v. 6: “Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Moisés escondeu o rosto, porque temeu olhar para Deus”. Outra vez verificamos que o Anjo do Senhor não é outro senão Iavé em pessoa.

4. Juízes 13.20 declara: “Sucedeu, que, subindo para o céu a chama que saiu do altar, o Anjo do Senhor subiu nela; o que vendo Manoá e sua mulher, caíram com o rosto em terra”. Os v. 22 e 23 completam a identificação do anjo como sendo o próprio Senhor: “Disse Manoá a sua mulher: Certamente, morreremos, porque vimos a Deus”. Mas sua esposa lhe disse: “Se o Senhor nos quisera matar, não aceitaria de nossas mãos o holocausto e a oferta de manjares, nem nos teria mostrado tudo isto”.

À face dessa pesquisa das evidências bíblicas, concluímos que as Escrituras verdadeiramente ensinam a doutrina da Trindade, ainda que não empregue esse termo. Além disso, devemos observar que o conceito de Deus como sendo um, em essência, mas três nos centros de consciência —a que a Igreja grega se referia como três hypostases e a latina como três personae — e concepção singular, exclusiva, na história do pensamento humano. Nenhuma outra cultura ou movimento filosófico jamais apareceu com uma idéia semelhante a essa a respeito de Deus —pensamento que continua difícil à nossa mente finita, para que o entendamos. No entanto, a inabilidade nossa para compreender completamente a riqueza e a plenitude da natureza de Deus, como Trindade Santa, não deve constituir motivo para o ceticismo. Se só tivermos de aceitar aquilo que podemos entender totalmente, e nisso acreditar, estaremos, nesse caso, desesperançosamente além da redenção. Por quê? Pois jamais entenderemos plenamente como poderia Deus amar-nos de tal maneira que enviasse seu Filho Unigênito à terra para morrer por nós, pelos nossos pecados, e tornar-se nosso Salvador. Se não aceitarmos uma idéia que não podemos entender, como creríamos em João 3:16? Como receberíamos a certeza do evangelho e salvar-nos?

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